Construindo a Regionalização através do Matriciamento

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A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo divide o Estado em 17 Departamentos Regionais de Saúde. Na manhã de ontem começamos um trabalho coletivo em um deles, o de Franca (DRS VIII). O Centro de Desenvolvimento e Qualidade para o SUS e a PNH (na pessoa desta consultor que vos escreve) construíram conjuntamente uma oficina em que os alunos do curso de especialização do Ministério da Saúde/Sírio Libanês em Gestão da Clínica nas Redes de Atenção do SUS puderam trazer um pouco do que estão trabalhando e compartilhar com os trabalhadores e gestores dos 22 municípios da região.

A discussão, sobre a qual tem-se tentado avançar, é a do Matriciamento. Os três grupos de alunos propuseram e estão construindo com cada um dos Colegiado de Gestão Regional (CGRs) as possibilidades para se implementar matriciamentos intra e intermunicípios. Um grupo deve trabalhar com a questão da hipertensão e diabetes, outro com ortopedia e outro com neurologia.

Um grande avanço da discussão foi a percepção da possibilidade de avanço solidário na construção desses dispositivos que ampliam a clínica, qualificam a atenção básica e melhoram a atenção ao usuário. Os municípios já começam a pensar em compartilhar seus especialistas para que a discussão de matriciamento abarque toda a região.

As proposições construídas pelos 72 presentes foram:
– Sensibilizar gestores dos municípios – para isso, levar a discussão para as reuniões dos CGRs, com a presença do consultor da PNH;
– Participantes da oficina levarem a discussão da oficina para os gestores, buscando esse múltiplo trabalho de convencimento e sensibilização da gestão;
– Cuidar da relação com os usuários, trazendo para as discussões, ampliando os debates com os mesmos nos municípios, seja através dos conselhos municipais, de reuniões outras com setores organizados de movimentos sociais ou através da mídia local;
– Sensibilização dos profissionais, propagando oficinas e discussões sobre matriciamento e essa forma de fazer nos serviços de saúde;
– Criação de um Grupo de Trabalho de Humanização no DRS (intencionando ter representantes de trabalhadores, usuários e gestores). Este já contou com a adesão de cerca de 20 dos participantes dessa oficina e deve se reunir mensalmente.

Promissor trabalho não? Promissora difusão da PNH, de seu modo de fazer e do dispositivo matriciamento. E mais do que tudo promissor avanço do SUS, seja através da qualificação de seus serviços, seja no fortalecimento da regionalização ainda tão incipiente na maior parte do país.