reflexoesdointernato.wordpress.com/
As vezes olhamos para os serviços de saúde e as dificuldades dos profissionais com a humanização, e não entendemos como podem se sustentar desta forma e o que produziu aquele modo de existir. Recentememte aqui na Unicamp os alunos abriram uma corajosa frente de discussão sobre o hospital da mulher (CAISM), onde há décadas existem queixas quanto a modelo de atenção e de gestão.
Os alunos fizeram um blog (reflexoesdointernato.wordpress.com/) com textos (inclusive tem um link para o filme do Sofia Feldman) e comentários. O debate (clic nas listas de comentários) ilustra a situação (tipo matar ou morrer) que (de) forma a relação dos alunos com o nascimento (obstetrícia) e a morte (oncologia). Destaco um texto de 1987 feito por um aluno de então para o jornal dos estudantes, que descreve o CAISM de ontem, de hoje e, involuntariamente e infelizmente ainda, a maior parte das maternidades e centro oncológicos do do Brasil (i.imgur.com/zp66Q.jpg).
Enfim o blog como um todo é extretamente ilustrativo dos desafios da humanização do parto no BRASIL. Merece todo o apoio a corajosa iniciativa dos alunos, e também o CAISM, que aceitou fazer um debate franco e aberto sobre as críticas (vai ser na quinta feira dia 26, pela manhã) .
Por gustavonunesoliveira
Prezado Tenório e compas do Movimento HumanizaSUS!
Esses três graduandos de medicina da Unicamp estão fazendo uma grande convocatória ao debate! E ao fazer isso estão sofrendo críticas violentas dos próprios colegas.
Sou ex-aluno da Unicamp, na época da graduação fui muito combativo, atuei no movimento estudantil, fiz parte do movimento da CINAEM. Passeii pelo Caism. Perto desses dois caras e dessa cara companheira pareço não ter coragem alguma!
Reforço a convocatória aqui nesse comentário: O movimento HumanizaSUS tem o dever ético de ler com muito cuidado os textos e os comentários expostos nesse blog, pois eles revelam o ambiente institucional de formação dos médicos classificados como parte de um grupo seleto de profissionais muito bem formados segundo vários parâmetros de formação acadêmica em medicina no Brasil e na América Latina. Esses textos revelam lutas internas entre paradigmas Etico-estético-políticos, entre o público e o privado, o descompromisso e a alienação da elite brasileira que frequenta as melhores escolas públicas deste país e vive a vida segundo a lógica e a ética das novelas de TV (inclusive na questão do que significa o parto e nascimento). Esses textos nos ensinam que nem todos os médicos são iguais, que nem todos merecem a fúria das críticas que muitos de nós temos feito. Demonstram as lutas internas, as questões graves e estruturais dos nossos espaços de formação (considerados os melhores). E até o ridículo de alguns alunos e residentes se submetem ao defender cegamente verdadeiras atrocidades, verdadeiros exemplos vivos menos da própria boçalidade e mais da introjeção da opressão, como diria Paulo Freire.
Vamos lá comp@s da Rede HumanizaSUS! Vamos fazer com que esses três companheiros não se sintam sozinhos nessa luta, que também é nossa! No dia 27/10 eles terão uma reunião no CAISM com Docentes, Residentes, Servidores e Gestores. Podemos mostrar alguma movimentação nessas 48 horas!
Abraços,
Gustavo Nunes de Oliveira