O PÚBLICO E O PRIVADO NA SAÚDE: Reflexões sobre o que queremos e podemos na área da Saúde

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 Temos oportunidades no decorrer do curso de graduação à muitas visões que nos direcionam a pensar. Como profissionais necessitamos nos diferenciar da visão comum de somente ver o lado negativo dos serviços de saúde e criticar; podemos perceber e nos focalizar em trabalhos em andamento, que com muita dedicação e vontades construídas dentro do caos, se reorganizam flexibilizando para que a saúde pública e gratuíta possa continuar a fazer parte de nossas práticas cotidianas como profissionais.

Precisamos acima de tudo continuar buscando direcionamenrtos que possam se agregar a soluções encontradas e construídas dentro de nossa realidade brasileira.

A ameaça de que o serviço público e gratuíto possa perder espaço para o serviço de saúde privado é algo que ronda perigosamente  as buscas de soluções, por pressões de quem desconhece os serviços oferecidos pelo SUS. É necessário que observemos com atenção exemplos desse tipo de direcionamento como vimos em outros países, como por exemplo nos EUA, como nos mostra o documentário SICKO, que aborda questões sociais e éticas.

Este tipo de direcionamento não solucionariam de modo algum nossos problemas mais emergenciais; fazendo com que interesses financeiros maiores tomem espaços já conquistados pelo SUS.

Podemos perceber com nitidez que problemas sociais e psicológicos antecedem o que é considerado epidemia, assim como na questão dos usúarios de crack. A sociedade como um todo, incentivada pela mídia e por políticas de interesses, acabam por observar sintomas e esquecendo causas sociais que acometem tais "epidemias".

Os trabalhos que são desenvolvidos nesta área pelo SUS nunca são divulgados pela mídia. Exemplo disto são os CAPS, os consultórios de rua, as casas de acolhimento e os redutores de danos, que, incansavelmente fazem um trabalho dedicado a ir até os locais de difícil acesso, aonde necessitam de serviços de saúde, com trabalhos multidisciplinares inclusive psicológicos; fazendo valer o direito universal à saúde, e principalmente reconstruindo autoestima e laços sociais de usuários de drogas que vinham sendo perdidos pelo descaso e abandono da sociedade. Esses profissionais buscam saídas dignas para indivíduos que queiram sair desta situação., pois é necessária a vontade individual dos usuários e  que se desenvolva confiança nas equipes, que só serão possíveis com este tipo de trabalho; respeitando a individualidade e liberdade.

Internações seriam um retrocesso à lutas sociais já conquistadas de um trabalho desenvolvido desde 1980, buscando e respeitando a autonomia do indivíduo.

Devemos como profissionais continuar com a luta para que usuários passem a adquirir o direito e possibilidades de convívio com o mundo, onde uma rede de apoio passa a ser parte da solução. O SUS como referência em serviços públicos de saúde é uma conquista dos movimentos sociais que não pode retroceder. Vivemos em um país democrático e temos a liberdade para discutir as principais causas dos desequilíbrios sociais e psiquicos da sociedade.