Trilhando Caminhos para o Acolhimento

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No dia 28 de março aconteceu em Fortaleza, na reserva Ecológica da Sapiranga, o encontro “TRILHANDO CAMINHOS PARA O ACOLHIMENTO” com a presença de 500 trabalhadores do SUS. Na parte da manhã cada Regional montou equipamentos onde eram apresentados o avanços e dificuldades encontradas pelo acolhimento na atenção básica. Os grupos iam seguindo as trilhas, de regional em regional, onde eram apresentadas aos aspectos positivos  e aos problemas. Na parte da tarde, formaram-se rodas de discussão buscando produzir diretivas na construção de soluções. Após sistematização, tudo foi apresentado numa grande plenária de encerramento

Uma coisa importante a destacar foi o envolvimento de todos. Muit

a alegria, originalidade e garra. Ficou a constatação da potencialidade do acolhimento como disparador de outros dispositivos. Ficou patente a importância decisiva da força do coletivo, de como muitas vezes, até em quadro de precariedade material, retira-se energia e criatividade para se fazer o novo. Podemos dizer que hoje a humanização está enraizada na atenção básica da cidade, que ela deixou marcas nas práticas de saúde, que oferece sentido às ações e subjetivações dos trabalhadores.

Mas não podemos nos enganar. Conquistados novos espaços, percebe-se novos desafios. Assim, como retroalimentar os processos já desencadeados em quadro caracterizado por falta crônica de recursos financeiros? Partindo-se da premissa de que o acolhimento, enquanto princípio na atenção básica, acha-se relativamente consolidado, não seria a hora de investir em ações onde pudéssemos fazer os “ajustes finos”, ou seja, avaliar e atuar sobre as relações entre trabalhadores, usuários e gestores no espaço microssocial? Como aproveitarmos a potencialidade do acolhimento em Fortaleza para fazer com que outros processos possam ser retomados? Um exemplo seriam as ações sobre saúde do trabalhador e cogestão que acabaram por perder o ímpeto inicial.

Por fim, tivemos um grande evento como grande é o SUS. Mas o SUS é uma abstração. Na verdade, o SUS somos todos nós. O SUS é o atrevimento dos trabalhadores da saúde em trasnformar partes de uma utopia em realidade. E nesse dia pudemos perceber com clareza o SUS em movimento, trilhando caminhos, tropeçando, levantando, derrapando, construindo, ousando. Tivemos um grande espetáculo…o espetáculo da vida pulsante, da alegria dos terapeutas do riso, das lágrimas de gestores, de trabalhadores e de usuários, do combustível do amor que faz transcender o acolhimento como uma mera “técnica” transformando-o naquilo que de fato é: princípio de humanidade e congraçamento.