Funcionalismo x Humanização

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Muito me preocupa a situação que vivo no meu cotidiano profissional em um Pronto-Socorro.
De um lado clientes que querem ser atendidos imediatamente. Ávidos pela cura de algo que já os acomete há algum tempo, entendem que seu problema deve ser resolvido ali, justamente no pronto-socorro. Não sabem qual a função deste tipo de estabelecimento, aliás, não foram informados… E coitado de quem chegou depois mas foi atendido primeiro, devido à sua classificação de risco, afinal, cada um considera seu problema mais grave do que o problema alheio. Atendimento prioritário: Ah! Vale tudo, fazer cara de sofrimento, gritar nos corredores, simular desmaios, citar contatos influentes, enfim, tudo aquilo que já sabemos. Mas não os culpo, afinal a população cresceu, os hábitos mudaram… o mundo mudou.

Vejo pacientes que procuram nossos serviços diariamente e fico pensando: O que será que tem de tão ruim em casa que vir ao pronto-socorro é a melhor opção? Aliás, o que será que eles não têm em casa e que encontram aqui? Seria a família? Atenção? Alimentação? Será que têm casa?

Do outro lado percebo que há profissionais que, apesar de enxergarem tudo o que foi dito anteriormente, não conseguem perceber seu papel perante tais situações, retribuindo, muitas vezes, ignorância com rispidez.

Oras, não estudamos psicologia? Será que a definição de saúde dada pela OMS não passa de mais uma resposta de uma série infinita de perguntas de questionários para provas? O que será que significa o termo biopsicoespiritual?

 

Melhorar a qualidade no atendimento é primordial para se ter humanização. Poderíamos passar dias e dias citando soluções. Umas mais caras, outras mais baratas. Porém, implantar tais projetos pode ser muito mais complicado do que se pensa. Não é fácil lidar com nosso próprio dinheiro, imagine com milhões que não nos pertencem: onde gastar, com o quê gastar, quando gastar, como gastar e quanto gastar.

Isso não quer dizer que devemos desistir ou simplesmente cruzar os braços à espera de dias melhores. A mudança para um atendimento humanizado deve começar em cada um de nós, partindo do princípio que fazendo coisas boas, de alguma maneira isso será revertido igualmente em bondade para nós mesmos, nem que seja ouvir um simples obrigado.

Por favor, ajudem-me a humanizar minha equipe.