Humanizar o humano! E agora?
Ao ler o último post da Mariella, em que Josélio, trabalhador da saúde, em Marabá – PA, faz a seguinte pergunta, quase Shakespeareana, "Se somos humanos, por que temos que nos humanizar?".
Realmente, "ser ou não ser, eis a questão!".
Pronto, a partir daí pensamos o que leva a querermos nos humanizar se somos humanos…
"É Marx, terei de usá-lo…".
Humanização:
Marx utiliza a categoria trabalho para explicar a humanização, ou seja, o homem se diferencia da condição de animal a partir do momento em que ele produz seus próprios meios de sobrevivência.
Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião e por tudo que se queira. Mas eles próprios começam a se distinguir dos animais logo que começam a produzir seus meios de existência (MARX e ENGELS, 1989, 13).
Pois bem, a nossa humanização, a que queremos, consiste em que?
Em dar a nós, humanos?, a verdadeira condição de humanos, ou nos tirar da condição de humanos e nos transformar em máquinas que trabalhem sem reclamar?
Que fique bem claro que não estou a criticar nem a defender nada, apenas estou externado minhas dúvidas, para que, se alguém quiser, me ajudar a esclarecer.
"Vamos humanizar nossos funcionários!" "Vamos fazer com que eles percam toda a sua subjetividade… vamos torná-los objetivos!".
Até mais…
Por Erasmo Ruiz
Salve Gui!
O seu comentário foi instigante. Deixe-me pegar carona. A diferenciação do homejm a partir do trabalho (como diferenciador do animal) é uma diferença ontológica da condição do ser humano frente ao animal mas não é suficiente para explicar de forma absoluta "o que é o homem". A questão de "humanizar", nesse sentido, possui também um caráter político prático, ou seja, quando falamos em humanizar estamos nos referindo a "que homem queremos construir". Ou seja, parte-se de uma predefinição do que seja o homem e, a partir desse projeto de hominização, se intenta atuar no campo da prática social, o que significa também travar embates com outros projetos de hominização. Assim, só se pode humanizar seres humanos. A questão portanto não é tornar humano o que já é humano mas sim afirmar como esse humano deve ser para "ser humano" ! Do meu ponto de vista o sentido para essa questão, empregado pela PNH, expressa-se como um concepção de mundo, possuidora de uma validade de sentido psicológico que quer oferecer um sentido a ação humana ao mesmo tempo que auxilia a quem age explicar a si mesmo inserido num mundo de relações sociais e políticas. []s do ERASMO