VAMOS HUMANIZAR A IMPRENSA…
Hoje, ao ficar sem nada fazer, resolvi dar uma olhada no noticiário na TV.
Primeira notícia: "População de Ananindeua sofre com a péssima qualidade dos serviços de saúde.".
Ok, não sei, mas a minha preocupação é a mesma do filósofo alemão Jürgen Habermas, já que o mesmo se preocupa com o futuro da imprensa,que, às vezes, acaba por se vender aos grandes conglomerados empresariais, que muitas vezes, não estão preocupados em fazer um jornalismo sério, mas sim um jornalismo comercial.
Podemos pensar o que poderá estar por trás da imprensa que faz questão de mostrar, sempre, o lado ruim da saúde. Será que são as empresas de planos de saúde privado? Ou quem sabe a oposição aos governos da situação? E qual realmente o papel da imprensa?
A imprensa, que eu saiba, tem um grande poder em suas mãos, chegando a ser denominada de 4º poder. É claro que não podemos esconder o sol com a peneira, porém, creio eu, somente criticar, criticar e criticar, sem ao menos dar uma solução, é bem fácil, mas gostaria de ver, uma crítica que propusesse uma idéia de como se fazer para dar certo, pois é exatamente isso que parte da imprensa (vocês sabem de que falo!) não faz.
Poxa vida, grande parte da população já tem uma péssima visão dos Funcionários Públicos, ainda mais da Saúde, e ainda vem a imprensa colocar mais palha na fogueira. Como já ressaltei anteriormente, não temos que acobertar nada, mas que tal procurar, também, o que dá certo, as experiências boas do SUS, pois somos nós quem temos a ganhar com isso.
Se o jornalismo sério se propusesse realmente a isso, poderíamos ter avanços significativos na Saúde, pois essas experiências exitosas seriam difundidas e, muito provavelmente, serviriam de modelo para muitas outras experiências e também a população poderia ver um SUS que realmente dá certo…
Vamos HUMANIZAR a IMPRENSA!
Por Erasmo Ruiz
É inegável que a imprensa tem o poder de construir e destruir "ídolos". Compêndios de imbecilidade coletiva como o "Big Brother Brasil" ilustram isso. Mas também são sintomas de uma sociedaqde que parece querer mesclar sua curiosidade primata básica com os indícios da vida real. Ou seja, talvez intuitivamente as pessoas vão construindo um certo ceticismo daquilo que é divulgado nos grandes meios e busquem em programas de superexposição "a vida como ela é" (perdão pela cacofonia). Quando os jornais divulgam a problemática da saúde estão, na verdade, divulgando, pelo menos em parte, um fato real pois a saúde numa sociedade como a nossa, reflete o dualismo clássico de serviços públicos para pobres e ricos. Existe muita iniquidade e barbárie no SUS. Mas não podemos ver isso como algo inerente ao sistema e sim como uma das consequências de um capitalismo concentrador de renda mesclado a resquícios feudais que ainda comportam aspectos nobliárquicos (nos deparamos com isso quando ouvimos aquela clássica pergunta "Você sabe com quem está falando?"). A melhor forma de humanizar a imprensa é avançar na luta política de construção da hegemonia dos trabalhadores tendo como uma de suas diretrizes humanizar o SUS como um dos espaços de construção dessa hegemonia. Quando tivermos um SUS mais humano de fato, não restará mais espaços para as iniquidades e a barbárie que, gradualmente, serão transformadas em "idiossincrasias". Assim, quando alguém for mal atendido, isso será notícia não mais porque parece ser normal e corriqueiro e sim porque se transformou em algo inusitado.
Abraços do ERASMO