ACCR Chapa Branca

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Praticar Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) a qualquer custo, mesmo que sob a mais nobre das justificativas – exercerem-se acesso e eqüidade na atenção, fazer acontecer à inclusão – parece ser um processo de alto risco, na medida em que se toma o aspecto intensivo deste dispositivo mais do que sua extensiviade. Intensivo no sentido daquilo que pode tal dispositivo enquanto “ferramenta”, sua capacidade de intervenção imediata no processo ao qual se insere, sua função “dura” – para pensar Merhy – seu regime de signo mais imediato; enquanto extensivo na sua potência de por luz nos processo que o cercam, dar dizibilidade aos enunciados que se apresentam, promover condições de atualidade para além e para aquém do pragmático, cartografar aquilo que de mais rico há nas relações – a beira, o limite, a interseção, produzindo dobras do novo e se reinventando a todo tempo. Um aspecto não se separa do outro, são um só em certo sentido, imbricam-se e modificam-se ao mesmo tempo. Mas, tomando-se o efeito como causa, atribuindo “mais valia” ao que de imediato se apresenta, “elege-se” (entre aspas mesmo, já que não se trata de escolha, mas de condição) o intensivo e “pratica-se” o dispositivo.


Como estratégia de entrada produz-se fluxos e intensidades capazes de levar ao limite a potência do dispositivo. Entretanto, se o aspecto extensivo do dispositivo fica fora do visível, concentra-se apenas no tecnocrático, na “ferramenta” pragmática.


Não que seja somente uma diferença de grau – o dispositivo produz menos do que poderia – mas também uma verdadeira diferença de natureza – o dispositivo produz diferente, sob outro aspecto, preso ao efeito, sem ir às causas.   


Há que se por em variação, inventar o problema e mapear as condições de consistência do que se apresenta como resposta – a estratégia como condição e a ética como princípio.   


… ou não… vamos falando…..