UMA PROPOSTA DE ACOLHIMENTO NO PRÉ-OPERATÓRIO em Lages SC

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Esta prática assistencial, foi desenvolvida no 8º Semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade do Planalto Catarinense, tendo como cenário a Ala Cirúrgica de um Hospital da Serra Catarinense. O projeto emergiu a partir da vivência decorrida das práticas assistenciais envolvendo pacientes cirúrgicos e seus familiares, no âmbito hospitalar, onde observamos a deficiência de informações que são fornecidas a estes, quanto aos procedimentos e rotinas pelo qual serão submetidos, assim gerando angústias, dúvidas, inseguranças, podendo trazer complicações para sua recuperação. Justificamos a escolha deste tema pela necessidade de uma renovação da assistência de enfermagem humanizada no pré-operatório, sendo de fundamental importância para a saúde dos pacientes, visando assim uma recuperação mais tranquila e rápida, bem como diminuição do tempo de internamento destes. O objetivo foi desenvolver uma prática assistencial com a equipe de enfermagem da clínica cirúrgica de um hospital público, para implementação da assistência humanizada aos pacientes no período pré-operatório.Trabalhamos com a equipe de enfermagem as inter-relações entre eles, pacientes e seus familiares, como foco a humanização e o acolhimento destes. Como objetivos específicos, conhecer a percepção da equipe de enfermagem sobre cuidado humanizado, refletir o valor do cuidado humanizado, elaborar um plano de cuidados juntamente com toda equipe de enfermagem do setor e incentivar a implantação do mesmo.A prática teve como colaboradores 10 (dez) funcionários do setor em referência.A metodologia utilizada foi baseada na Teoria da Problematização (Bornenave 1996), com encontros semanais, assim desenvolvemos atividades junto à equipe de enfermagem. Aplicamos as atividades em pequenos grupos, os levantamentos de problemas e possíveis pontos-chave serão a partir da vivência com realidade da equipe de enfermagem, todos os participantes terão momentos para expressar suas percepções. Cada momento terá 60 min. de duração, cada encontro e serão programados de acordo com as etapas do arco da problematização. A avaliação será processual, no fim de cada encontro.Os pontos chaves levantados pelos sujeitos foram, déficit na comunicação, com falta de orientação e tempo para a interação com os paciente. Os resultados remetem que a humanização no ambiente hospitalar é um fator primordial para o restabelecimento do estado de saúde do paciente, ao qual possibilitou que os participantes analisassem sua realidade criticamente, buscando por meio de reflexões modifica-la para melhoria da qualidade da assistência.

Dinâmica da Sensibilização:

Esta etapa foi desenvolvida em dois encontros, para contextualizar os problemas e pontos-chave elencados na etapa anterior.

A equipe de enfermagem partiu da relação vivenciada pelas práticas assistenciais, para elencar os temas da teorização, procurando estabelecer uma interconexão entre as variáveis acerca do problema escolhido. A dinâmica utilizada foi a da sensibilização que teve como objetivo simular alguns procedimentos de enfermagem nos profissionais do setor.
Esperávamos com esta dinâmica, estimular os profissionais a refletirem sobre a importância da utilização da comunicação na relação de assistência, bem como se colocar no lugar do outro, simulando o sentimento do paciente.

Alguns Relatos dos profissionais que participaram da dinâmica:

“Quando não estamos no lugar do paciente, é tão fácil ficar do lado de lá, mas quando você está no lugar do paciente, principalmente como vocês fizeram aqui, de não falar o que estão fazendo agente não poder enxergar, no começo eu fiquei angustiada sem confiança em vocês ai com medo mesmo de que vocês estão fazendo comigo, ai percebi que é o que o paciente sente também, eles tem medo”. (Orquídea)

“Agora eu sei como o paciente deve se sentir. Quando entramos no quarto e não dissemos o que vamos fazer eles ficam pensando o que eles vão fazer agora! Eu ficaria louca! Às vezes é bom se colocar no lugar, quando me amarraram senti uma sensação de impotência de ser inútil quando garrotearam meu braço eu pensei ai meu deus do céu primeira coisa que eu pensei é vão tira meu sangue eu tenho medo de agulha eu pensei assim será que eu posso falar? eu tava precisando de um “chaqualhão” mesmo”. (Amorinha)

 

OLIVEIRA, Manfroi, Almeida, HUMANIZAÇÃO: UMA PROPOSTA DE ACOLHIMENTO NO PRÉ-OPERATÓRIO, 2009. 97p. Trabalho de Conclusão de Curso, Enfermagem pela UNIPLAC – Universidade do Planalto Catarinense.