SAÚDE E SABOR EM SUA MESA

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APRESENTAÇÃO – 

Este projeto foi desenvolvido pelos acadêmicos de medicina da UFRN (Ana Marina Dutra, Dannuza Fernandes, Felipe Barros), durante o estágio em saúde coletiva, na Unidade Básica de Saúde de Mangabeira/RN, sob a tutoria da professora Isabel Brandão e preceptoria da enfermeira Nayara Buccos e do médico Yuri Guilherme.

INTRODUÇÃO – 

O diabetes é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia e associadas a complicações, disfunções e insuficiência de vários órgãos, especialmente os olhos, rins, nervos, cérebro, coração e vasos sanguíneos. Pode resultar de defeitos de secreção e/ou ação da insulina envolvendo processos patogênicos específicos, por exemplo, destruição das células beta do pâncreas, resistência à ação da insulina, distúrbios da secreção da insulina, dentre outros. 

Os sintomas clássicos de diabetes são: poliúria, podipsia, polifagia e perda involuntária de peso.

Na abordagem terapêutica devemos:

 

PÚBLICO ALVO E JUSTIFICATIVA – Para intervenção escolhemos como público-alvo os Diabéticos e toda a população sob risco, baseados na nossa roda de conversa com os funcionários da unidade, dado o elevado número de diabéticos que não controlam efetivamente seus índices glicêmicos em Mangabeira, havendo uma visível sazonalidade com tempos de piora do controle com a safra de manga que costuma ocorrer em meados de setembro/outubro. Pensamos em uma forma de conseguir obter um melhor controle da doença, promovendo e protegendo e recuperando a saúde de nosso público.

OBJETIVOS –

  • Retomar a educação em saúde como uma pratica central para o processo de produção de saúde entendido como estratégia para a autonomia dos sujeitos.
  • Imprimir direção e sentido para as ações voltadas para a construção de uma vida mais saudável
  • Despertar o senso crítico dos sujeitos em relação aos erros alimentares comuns;
  • Garantir a autonomia dos participantes como protagonistas da manutenção ou melhora da sua própria saúde, por meio de uma alimentação saudável.

METODOLOGIA – 

  • Realizamos uma Roda de Conversa com os usuários no espaço da unidade destinado à espera para atendimento.

  • Demonstramos visualmente a quantidade de açúcar e de gordura presente em um pacote de biscoito recheado comum e em uma lata de refrigerante do tipo cola.

  • Cozinha SHOW – ensinamos como fazer um delicioso milk shake de frutas light; além de distribuir sanduíche Light, fatias de bolo de aveia e banana e amostras de sal de ervas.

  • Como instrumentos para permanência de nosso trabalho, distribuímos e deixamos na Unidade uma Cartilha para os diabéticos, além de um Banner com orientações gerais para os usuários.

DISCUSSÃO –

Uma epidemia de Diabetes Mellitus está em curso. Em 1985 estimava-se que existissem 30 milhões de adultos com DM no mundo, em 2002 atingiu a cifra de 173 milhões de pessoas com a doença e a projeção é chegar a 300 milhões no ano de 2030. O número de indivíduos diabéticos está aumentando devido ao crescimento e ao envelhecimento populacional, à crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como a maior sobrevida do paciente com DM. No mundo, o número de mortes atribuídas ao DM está em torno de 800 mil, entretanto é fato bem estabelecido que essa quantitade de óbitos é subestimada. No ano de 2010 em Macaíba 19 pessoas morreram vítimas de complicações do Diabetes Mellitus, só na Zona Rural do município estão cadastrados 471 diabéticos; só em 2012 ocorreram 18 hospitalizações por causa da doença.

Prevenção efetiva também significa mais atenção à saúde de forma eficaz, e pode prevenir o início do DM; abrangendo intervenções que abordem obesidade, hipertensão arterial, dislipidemia, hiperinsulinemia. Além do controle metabólico estrito na prevenção do surgimento ou progressão de suas complicações crônicas.

Nesse contexto, a abordagem do tratamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), tendo como instrumento a alimentação saudável, é uma das estratégias de saúde pública brasileira com vistas à melhoria dos perfis nutricional e epidemiológico atuais.
Os dispositivos político-institucionais que viabilizam as práticas de educação em saúde são:
• Pacto pela Saúde em suas dimensões pela  Vida, em Defesa do SUS e de Gestão do SUS;
• Programa Mais Saúde-Direito de Todos;
• Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS (PARTICIPASUS).

São pressupostos para a prática educativa eficaz, e fizemos questão de transmiti-los e incluí-los em nossa intervenção:
• Vontade;
Autonomia;
• Emancipação;
• Diálogo;
• Amorosidade/ Afetividade

IMPRESSÕES E CONCLUSÕES – 

Considerando a elevada carga de morbi-mortalidade associada, a prevenção do diabetes e de suas complicações é hoje prioridade em saúde pública. Na atenção básica ela pode ser efetuada por meio da prevenção de fatores de risco para diabetes (prevenção primária), da identificação de casos não diagnosticados (prevenção secundária) para tratamento, e da identificação do controle de pacientes já diagnosticados visando prevenir complicações agudas ou crônicas.

Consideramos nossa intervenção bem sucedida. Tiramos muitas dúvidas que surgiram durante nosso diálogo, os usuários participaram com empolgação e mostraram vontade e entusiasmo para mudança de hábitos alimentares, empoderados pelo conhecimento transmitido e trocado e conhecedores dos seus papéis como protagonistas de suas vidas.

Referências: 

1. Diabetes Mellitus/Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília, 2006

2. Guia Alimentar para a População Brasileira. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília, 2008

3. Tratamento e acompanhamento do Diabetes Mellitus – Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes – Rio de Janeiro, 2006