Drogas, vamos pensar!

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Aconteceu em POA/RS, o movimento Drogas, Vamos Pensar, organizado

pela Sociedade Civil, veja o texto da convocatória e confira mais fotos aqui

https://www.flickr.com/photos/foradoeixo/sets/72157633293752743/detail/:

Distribuição gratuita de drogas lícitas,

no Parque da Redenção,

POA, 21/04

 

Um intervenção criativa sobre a problemática das Internações Compulsórias!

Local: Parque da Redenção atrás do Monumento do Expedicionário

e-mail: [email protected]

 

Por que somos contra o Projeto de Lei 9013/13 do vereador Thiago Duarte que cria o Sistema Municipal de Internações Compulsórias para usuários de drogas em Porto Alegre?

Porque a internação compulsória já existe. Está prevista na Lei N°. 10.216, Artigo 6º, e tem como condições a avaliação de equipe de saúde e a determinação judicial. Ela é um recurso entre outros a serem utilizados em um plano terapêutico construído com/para cada usuário e sua família e, de forma alguma, deve ser a primeira escolha de cuidado.

Porque desvia o foco dos verdadeiros problemas que temos que enfrentar. Tratar internação como recurso principal do tratamento desvia o foco dos verdadeiros problemas: a necessidade de ampliar os serviços públicos de saúde, e o acesso a outras políticas públicas, como educação, assistência social, cultura, dentre outras. Por isso é que profissionais, pesquisadores e gestores são contrários à internação compulsória como solução única.

Porque está claro que existe um grande interesse econômico por trás. A internação é o recurso que mais gera custos. O crack virou uma pedra preciosa para hospitais e comunidades terapêuticas que prestam serviço para o SUS, recebendo grande recurso financeiro dos governos para internar pessoas que, sem acompanhamento na alta, têm grande rotatividade nas vagas.

Porque o Projeto é um retrocesso para os direitos humanos. Torna possível varrer as pessoas dos espaços públicos com abordagens policialescas que silenciam outras possibilidades de cuidado. Nada resolutivo, pois estas pessoas retornarão sem acompanhamento e cuidado em saúde. Cuidar envolve construir, com o usuário, um projeto de vida, o que pode incluir uma internação também.

Porque está a serviço de um movimento mais amplo de criminalização da pobreza. O alvo deste projeto são usuários que moram na rua ou em extrema pobreza. Trata-se de uma higienização das ruas, de limpeza social, cujo objetivo não é tratar o usuário, mas antes, retirá-lo de nossas vistas. Contrário ao que a mídia quer dar a entender, o que mais gera violência é a desigualdade social e não o uso de crack.