Gestão da Rede Humaniza FMUSPHC: acompanhar e valorizar as ações de Humanização

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No Hospital das Clínicas da FMUSP, a Humanização das práticas de Saúde conta com dois importantes dispositivos corporativos: a Rede Humaniza FMUSPHC, estruturada como rede de colaboração formada por 16 Grupos de Trabalho de Humanização (GTH); e o Núcleo Técnico e Científico de Humanização (NTH), que responde por sua gestão.

Para nós, a Humanização no ambiente organizacional define-se como um conjunto de processos que visam à mudança de uma cultura institucional tecnicista para uma cultura do cuidado mais personalizado, focado nas necessidades das pessoas e grupos, aliando competência técnica/tecnológica com competência ética/relacional. 

O NTH, na função de coordenar a Rede, busca criar metodologias que estimulem o desenvolvimento da Humanização nas diversas áreas e também ofereçam instrumentos para qualificar e quantificar esse desenvolvimento ao longo do tempo. 

Com esse objetivo, uma das metodologias adotadas envolve: 1.  o desenho de um fluxo sistemático de comunicação entre GTHs e NTH, 2. a criação de um instrumento de coleta de dados na forma de planilha eletrônica, na qual os GTHs inserem dados sobre as ações de humanização nos seus Institutos, 3. a consolidação e análise desses dados, produzindo informações sobre a Humanização no HCFMUSP. 

Assim, trimestralmente, cada GTH envia ao NTH a planilha com breve descritivo das ações de humanização de sua unidade. Tais planilhas são consolidadas e a análise dos dados, publicada. Essas informações além de fazer parte do plano operativo pactuado entre Secretaria de Estado da Saúde e o HC para repasse de verbas, também permitem o acompanhamento da Humanização na Rede. 

Acompanha-se as ações de humanização segundo tipo de ação, público a que se destina, e continuidade das ações, por GTH e o total da Rede.

Nos próximos gráficos, apresentamos as análises dos dados do último trimestre de 2012.

No último trimestre de 2012, somava-se 411 projetos/ações em várias temáticas da humanização, dirigidos a usuários e acompanhantes (público externo) e colaboradores (público interno) na Rede. Esse equilíbrio entre ações para usuários e colaboradores é bastante adequado, uma vez que a Humanização se realiza tanto no cuidar do paciente, quanto na atenção ao ambiente de trabalho do colaborador. 

Do total de ações, 289 eram ações de caráter contínuo, o que pode estar associado a uma mudança no caráter das ações humanizadoras. Acreditamos que atualmente a Rede esteja no caminho de superar o modelo de ações pontuais, sem continuidade e, portanto, com pouca efetividade, dando maior ênfase a ações que podem vir a se tornar programas e rotinas marcadas pelos princípios da Humanização. 

Nessa linha de trabalho, selecionamos na Rede os projetos que representam a cultura de humanização, os projetos chamados “Vitrine da Humanização no HCFMUSP”. Cada Projeto Vitrine exemplifica a humanização no seu Instituto ou Hospital Auxiliar e, em conjunto, compõe a vitrine da humanização da Rede Humaniza FMUSPHC. Tais projetos têm como características comuns ser contínuos, acessíveis à visitação e estar alinhados às políticas estadual e nacional de humanização.


Acompanhar as ações, dando-lhes visibilidade e reconhecimento aos seus autores é para nós em si mesmo uma prática de Humanização na medida em que valoriza a todos e a cada um nesse movimento coletivo de construção de uma cultura institucional do bem cuidar.

Por: Izabel Cristina Rios e Pedro Afonso Braz Resende
Núcleo Técnico e Científico de Humanização