Não há mais nada a ser feito!

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Existem inúmeras frases infelizes que podemos dizer às pessoas. Por toda a vida nós vamos ouvi-las e algumas vezes seremos nós a dize-las: 

– "O banco já está fechado"

– Infelizmente não temos seu número"

– "Como você engordou"

– "Acabou a energia elétrica"

– "Você entrou no banheiro errado"

Quem já passou por estas situações pode se lembrar delas com um certo tom de graça mesmo que essas coisas quando aconteceram tivessem a cor da desgraça. 

Mas pode chegar o dia em que ouviremos verdades que não queremos ouvir ou que não estamos preparados para ouvir. Uma das mais dolorosas é quando entramos em descompasso com nosso objeto de amor, aquela constatação dolorosa que continuamos amando que não nos ama mais. É muito difícil ouvir "Não te amo mais". Em certas circunstâncias é difícil dizer…tão difícil que o deixar de amar alguém pode ser um segredo que podemos carregar para o túmulo.

Mas existem frases piores para se ouvir. Um dia poderemos ter diante de nós um médico que poderá nos dizer : "Não há mais nada a ser feito"! Repare bem. Isso será dito sobre a vida de alguém que amamos, alguém que entrelaçou sua vida a nossa. Poderemos ouvir essa frase terrível e desumana referida a nossa própria existência por alguém acostumado a fazer cálculos estatísticos de expectativa de vida. E isso muitas vezes será dito com a naturalidade de quem comunica o resultado de uma partida de futebol.

Deixo com vocês um vídeo gentilmente compartilhado comigo pela doce amiga  Emília Alves de Souza, trazendo o depoimento da médica paliativista Ana Claudia Quintana Arantes. Por favor, assista o vídeo até o final e compartilhe com amigos, utilize-o em oficinas de trabalho. É inaceitável que diante de pacientes em vulnerabilidade extrema ainda se diga: "Não ha mais nada a ser feito". Informe-se a respeito de cuidados paliativos. Difunda seus princípios, propague essa ideia para que possamos todos sermos adequadamente cuidados, e que até no dia em que morrermos seja um dia que vale a pena ser vivido!