SOMOS DEMASIADAMENTE HUMANOS

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“somos demasiadamente humanos”  acesse: https://ppesa.blogspot.com

Somos demasiadamente humanos, todavia ignoramos o nós que fica por dentro, mesmo quando se agita numa espécie de rebeldia, numa necessidade pungente de ser acariciado e ter seu desejo colado no topo da lista, esperando realização.

O nós que escondemos, sufocamos e violentamos com nossas escolhas, volta cedo ou tarde, ávido em cobrar reparação, sob pena de partirmos em pedaços, esgarçados em alma, corpo, espírito e identidade. Arranca fora nossa máscara e nos expõe, primeiro a nós mesmos, desnudos das nossas certezas. 

Juntar o nós que se partiu é a única e irremediável maneira de resgatar o humano, demasiadamente, humano que há em nós. Como numa espécie de catarse, havemos de tornar “processualmente ativas, singularidades isoladas, recalcadas”, retirá-las do eixo em que giram em torno de nós mesmos. Forjar e se deixar forjar a subjetividade que acolhe “o mundo da infância, do amor, da arte…bem como tudo que é da ordem da angústia, da loucura, da dor, da morte, do sentimento de estarmos perdidos no cosmos”.

A salvação está na auto-permissão de cultivar o dissenso (se necessário) e a produção singular da existência. Não podemos ser bons no trabalho de construir novas subjetividades (humana, ética, estética e ecológica), quando arruinados por dentro. Este post é dedicado a C e outras letras, um jovem belo, cheio de incertezas e completamente cético em encontrar prazer e gosto com o trabalho na atenção primária em saúde. Para ele uma dose de ânimo do PESA com todas as suas infinitas possibilidades.