A prosa poética na imortalidade das palavras: fragmentos de um poeta que cheira livros.

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Utilizando a arte das palavras como mecanismo de demonstração e prolongamento humano, os fragmentos poéticos tem o poder, ao serem dispostos metricamente ou não, de participarem do tabuleiro, do jogo armado das vidas, sem vencido ou vencedor, uma aventura que ressoa através dos símbolos, sons, ritmos, sabores, odores, expressões umidificadas de lírica e representações subjetivas. De maneira que passa pelo principio da comunicação, a escrita quer comunicar de alguém para alguém, o modo de apreender está relacionado ao estado de percepção ou carência visual e sentimental do eu lírico. 

Djairo Alves

Poesia contida não cura.

Cativa sou, mas do vento  e de uma louca libido.

Meus passos são meus  momentos.

O caminho eu tenho dentro e o perfume  do amado exalo em versos dadivosos.

Gotejo sem  culpa- nenhuma- e sem culpa ouso funduras.

E  depois, se me extravio, a quem importa?

Quem me  ampara sou eu  e os versos deslavados.

[fragmento do livro O caos no corpo]

Carmem Vasconcelos

O eu lírico subjetivado pelos devaneios da intrínseca sensibilidade do nós…

E pelos caminhos que divagam no sol das lembranças e das emoções, penso no Senhor tempo, soberano…

Elas, as palavras, encantam, um bailar misterioso e revelador, onde transforma a poesia em vento, em movimento…

E o viver, o sentir é palindromo

Reviver o raiar, doce afã que me deixa enfático.
Aviva aquele que ama, pois vai reler as páginas que matam.
Seres de ébrio pesar, ame o poema e o mar.

Djairo Alves

Assim quero que os…

Pensamentos me levem, sigam velozmente ao encontro da emoção distante, mas deixa-me sentir ao longe os batimentos que se juntam ao meus, tambor rarefeito que aperta e me acolhe, som estridente que consome e me recolhe, definhando sobre ti, me cubro das palavras, rebuscando nos gestos quão profunda memória, passando, deixando, tocando na história .

Djairo Alves

Pois desejo que tão somente…

Então recorro ao tempo nas estações que vivem pela minha vida…

De maneira que não findam os sonhos, tampouco a inspiração desse poeta menor, outrora de gaveta e que hoje se realiza com seus fragmentos intensos, ao peito varonil, sem parar, sem saber até quando, ou onde irá tocar nos íntimos e nas sensibilidades humanas, elas, as palavras querem humanizar e acolher…

Francisco Djairo Bezerra Alves

Ainda jorra o prazer das palavras que se vestem, belas e escandalosas, bradando e ferindo sem sangrar o peito e a emoção da carne que pulsa, viva e algoz…

Djairo Alves