Caminhada e Seminário para combater todos os tipos de violência em Restinga Sêca-RS

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Aconteceu na ultima sexta-feira, 16, em Restinga Sêca, o seminário Dant´s/Violência (Doenças e Agravos Não Transmissíveis) – Vigilância e Prevenção da Violência. O evento, que contou com cerca de 250 participantes, entre profissionais da saúde e estudantes, iniciou às 8h no CTG Os Vaqueanos, com recepção e credenciamento.
Após, o evento foi aberto com o discurso das autoridades e a apresentação do vídeo “Lei Maria da Penha”.
De acordo com o prefeito Mauro Schünke, este evento foi conquistado junto ao Ministério da Saúde, através da liberação de verbas captadas com projeto feito pela Diretora Geral da Vigilância Sanitária, Helena Lavall Mohr com o apoio da Assistente Social da Secretaria de Saúde, Carline Bortolás, e da dentista Patricia Campagnol.
“O combate à violência começa por aqui, com ações como esta. O poder público tem que fazer a sua parte. Precisamos de menos violência, mais amor, mais carinho” disse o prefeito. Schünke contou ainda durante seu pronunciamento que em relação ao ano passado, Restinga Sêca receberá este ano 5% a menos de verbas, o que resulta em R$1,3 milhão a menos nos cofres do município.
O Secretário de Saúde, Luciano Pedron, alega que o evento serviu para conscientizar a população.
“Queremos sensibilizar a população para que a violência diminua dentro de casa e para que no futuro tenhamos um reflexo positivo na cidade de Restinga Sêca, por isso, achamos muito importante fazer um evento como este” relata Pedron.
Em seguida a inspetora da Polícia Civil de Restinga Sêca, Denise Nagel, formada em Direito com especialização em Segurança Pública e Direitos Humanos, abordou o tema “A violência em Restinga Sêca”.
Conforme Denise, ao longo de dez anos de trabalho em Restinga Sêca, ela percebe que existem alguns casos de violência que se mantém e outros que cresceram um pouco. Ela explica que as estatísticas não são tão diferenciadas: “Temos algumas ocorrências que há algum tempo atrás não se falava muito, que seria a violência doméstica, e que talvez, não pelo maior número de ocorrências hoje, mas talvez pela maior conscientização e coragem por parte das vítimas tem vindo mais ao conhecimento da autoridade policial”.
“Dá a impressão que Restinga Sêca é uma cidade violenta, é claro que não é, mas como cidade pequena, e a maioria das cidades pequenas são mais pacíficas, nós temos alguns casos que marcaram a nossa comunidade e isso trouxe a preocupação da autoridade municipal e dos trabalhadores da saúde” completa Denise.
Dando continuidade ao evento, a enfermeira Laura Cortes, que é professora da UFSM, ministrou a palestra “Violência contra a mulher”.
A programação seguiu à tarde, com atividade de relaxamento, coordenada pelo professor de educação física Paulo Sergio Gomes e com a Palestra “Famílias que praticam abuso ou negligência contra pessoas com transtornos mentais graves” com o Psicólogo da UFSM, Fábio Pires. O evento encerrou com a palestra “A tipologia da violência e a importância da sua notificação, proferida pela Diretora Geral dos Postos de Saúde de Restinga Sêca, Neiva Rockenbach e o sorteio dos temas do Fórum sobre Violência para as equipes de saúde do município, que deve acontecer em novembro em Restinga Sêca.
A Delegada de Polícia de Restinga Sêca, Elizabete Shimomura também acompanhou o seminário.

Caminhada
Dentro da programação do seminário, aconteceu na quinta-feira, 15, uma caminhada contra a violência da mulher.
Cerca de 200 pessoas, entre servidores da Secretaria Municipal da Saúde e alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Érico Veríssimo participaram vestidos com camisetas e sombrinhas vermelhas. O Secretário de Saúde, Luciano Pedron, a primeira dama Áurea Schünke e o Promotor de Justiça, Sandro Marones também acompanharam a caminhada.
Marones informa que por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos: desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores. “Esses dois últimos itens são os maiores aliados desse crime contra as mulheres” afirma Marones.
O Secretário de Saúde, Luciano Pedron, aponta que a forma mais comum de violência experimentada pelas mulheres em todo o mundo é a violência física praticada por um parceiro íntimo, em que as mulheres são surradas, forçadas a manter relações sexuais ou abusadas de outro modo.
“A violência contra as mulheres assume muitas formas – física, sexual, psicológica e econômica” salienta Pedron.
A caminhada saiu de frente ao antigo prédio da prefeitura e culminou no prédio atual da administração municipal.