A PNH, O SUS E A UNIVERSIDADE: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO.

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A PNH, O SUS E A UNIVERSIDADE: UM DIÁLOGO NECESSÁRIO

Ana Regina da Silva Losso, Msc, Apoiadora da PNH. UNESC.
Criciúma, Santa Catarina.

A Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC – é uma instituição comunitária, vinculada a um projeto social de desenvolvimento.O Curso de Enfermagem na UNESC teve início em 2002 e prevê no seu Projeto Político Pedagógico a formação deste profissional com competência política, científica, técnica, ética e estética capaz de conhecer e intervir sobre as necessidades sociais da maioria da população traduzidas em situações-problemas de saúde-doença, na perspectiva da mudança dos perfis epidemiológicos e na concepção da prática de enfermagem como cuidado terapêutico, parte do processo de trabalho em saúde.Para proporcionar uma formação diferenciada desse novo profissional, criou-se em 2008 a Clínica de Enfermagem que propicia espaços terapêuticos, pedagógicos e de pesquisa aos acadêmicos, vinculando-os aos objetivos de atendimento para os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Esta Clínica presta assistência de enfermagem aos usuários nos âmbitos de atenuação, compensação, reabilitação, recuperação, prevenção, manutenção e promoção da saúde nas diversas fases e circunstâncias da vida, servindo de campo de estágio para atividades de pesquisa, ensino e extensão. As dificuldades relativas à qualificação no campo da saúde são imensas e têm demandado revisão de processos e reorientação de rumos ao longo do percurso do SUS.  É nesse sentido que a Política Nacional de Humanização (PNH), criada em 2003, vem incidindo sobre os limites do cotidiano dos serviços, buscando resgatar a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde: usuários, gestores, trabalhadores e instituições formadoras. Essa maneira diferente de fazer saúde é norteado por valores como autonomia e protagonismo dos sujeitos, co-responsabilidade, estabelecimento de vínculos solidários, construção de redes de cooperação e participação coletiva no processo de gestão (BRASIL, 2008). Este trabalho teve como objetivo, trazer a PNH para a Roda de discussão no Curso de Enfermagem da UNESC, sensibilizando os professores para a adoção da política como tema transversal nas diversas disciplinas. Ao longo do 2º semestre de 2010 foram feitas 06 rodas de conversa com 28 professores implicados com o curso, aquecidas com chás e sucos.No primeiro encontro foi apresentada a PNH aos professores e contado um pouco da trajetória da formação desta apoiadora em 2009. Nos encontros seguintes, os professores se organizaram em grupos para trabalharem os dispositivos. Ao final, ficou o encantamento evidenciado pela certeza de que a formação de trabalhadores para o SUS requer o enfrentamento de práticas instituídas, centradas numa concepção patologizante e restritiva de saúde e que para isso acontecer, o professor deve se implicar e adotar abordagens interdisciplinares e inovadoras. Essa proposta pressupõe a superação de dicotomias presentes no nosso cotidiano como: indivìduo-coletivo, público-privado, teoria-prática, atenção-gestão. A indissociabilidadedesses campos permite a construção de ações integradas entre as formas de fazer e conceber o trabalho em saúde e a própria oferta de recursos assistenciais, como também com a produção de novos sujeitos.

REFERENCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Curso de Formação de Formadores e de Apoiadores para a Política Nacional de Humanização da Gestão e da Atenção à Saúde. Projeto de Cooperação Técnica. Brasília, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Formação e intervenção / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010. 242 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) (Cadernos HumanizaSUS ; v. 1)