Acolhimento e Ambiência no Setor de Emergência da Maternidade Carmela Dutra

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Titulo: Acolhimento e Ambiência no Setor de Emergência da Maternidade Carmela       Dutra
Autora: Ana Aparecida Wolff Borges
Cidade Origem da experiência: Florianópolis
Diretrizes e Dispositivos relacionados ao trabalho: Acolhimento e Ambiência
Contextualização da experiência
A Maternidade Carmela Dutra (MCD) é caracterizada como um hospital público administrado pela Secretaria Estadual de Saúde SES/SC. Dispõe de 112 leitos destinados ao atendimento obstétrico, ginecológico, oncológico e neonatal com importantes serviços direcionados à saúde integral da mulher e do binômio. Nascem aproximadamente 3.400 bebês por ano, sendo responsável por cerca de 50 % dos atendimentos obstétricos em Florianópolis. O setor de emergência obstétrica e ginecológica teve 21.332 atendimentos no ano de 2012 (SAME/MCD).
Em 2006 o projeto de acolhimento e ambiência foi encaminhado para Direção onde foi aprovado , e assim com a colaboração da associação das voluntarias da MCD possibilitou-se a captação de recurso financeiro para reforma geral. O modelo adotado para realizar os atendimentos baseou-se no protocolo do MS – Qualisus (adaptado à obstetrícia) unindo as experiências acumuladas da equipe de enfermagem nos atendimentos obstétricos/ginecológicos dando as usuárias um modo diferenciado da triagem, pois se constituiria numa ação de inclusão, de escuta sensível e de um olhar voltado ao cuidado emergencial e prioritário. A prioridade seria dada às mulheres que apresentassem sinais e sintomas de franco trabalho de parto (expulsivo), sangramento vaginal intenso com ou sem gestação diagnosticada, dor intensa em baixo ventre, intercorrências na gestação e puerpério, sinais vitais alterados, mulheres em encaminhadas pelo Samu, e referenciadas das UPAS e Unidades Básicas.
Observa-se que este dispositivo acolhimento modificou sensivelmente a qualidade no atendimento de intervenção no processo de trabalho, permitindo a identificação das usuárias que necessitam de intervenção imediata, de acordo com o potencial de risco, assim como obtivemos uma diminuição do estresse do profissional da emergência.
O acolhimento não é um espaço ou um local, mas uma postura ética; não pressupõe hora ou profissional específico para fazê-lo, mas implica necessariamente a socialização de saberes, angústias e invenções; quem acolhe toma para si a responsabilidade de “abrigar e agasalhar” outrem em suas demandas, com a resolutividade necessária para o caso em questão. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010, p. 17).
Atualmente continuamos em constante mudança, seja na ambiência, nos materiais, nos equipamentos ou nos recursos humanos como educação permanente, mesmo porque trabalhar com um dispositivo como o “acolhimento” é entrar num processo de pensar no cotidiano e é em cada relação que se faz com o outro que muda o modo de fazer e nos leva a evoluir.