Curso aborda os conceitos das ciências sociais e humanas sobre alimentação e saúde

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alimentacaoesaude.jpgO curso Ciências Sociais e Humanas para Estudos sobre Alimentação e Saúde, realizado no dia 14 de novembro, apresentou para os alunos as ferramentas teóricas que ajudam a pensarcultura, alimentação e nutrição.

O encontro proporcionou a problematização de categorias empíricas que circulam com força no campo, bem como o desenvolvimento de ferramentas conceituais inovadoras em face do olhar biomédico.

Na parte da manhã, o professor da Uerj, Francisco Romão Ferreira, relacionou alimentação e saúde com cultura, manifestações sociais e construção de identidades na sociedade do consumo.“O capitalismo estimula o individualismo. Ele cria imagens, forma identificação social, unifica pensamentos e estabelece padrões, ou seja, faz com que todas as classes aceitem as condições que vivem, julgando-as naturais, normais e justas”.

Para conceituar a ideia, Francisco Romão Ferreiracita o conceito de fetiche da mercadoria de Max Weber.“Max nos diz que, na sociedade capitalista, os objetos materiais possuem certas características que lhe são conferidas pelas relações sociais dominantes, mas que parecem como se lhes pertencessem naturalmente”.

O professor também falou sobre a importância de compreender o sentido do jogo social da alimentação.“Grandes marcas patrocinam eventos relacionados à saúde e alimentação. Existe interesses econômico, político e financeiro. Tem algo que está nessa lógica. Esse simbólico do capitalismo está completamente impregnado nesse jogo. Pensar no alimento é pensar nessa trama. Temos que refletir sobre o consumo, os códigos sociais e os interesses do mercado. Temos que compreender as dimensões, os sentidos das relações, como esses sentidos são construídos e como os sujeitos se alimentam.”