Mesa redonda sobre Humanização do SUS

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z-mesa-redonda.jpgHumanização e as Imperiosas Mudanças Ético-Estético-Políticas do SUS foi o nome da mesa redonda que aconteceu no dia 17 de novembro, no Auditório 11, 1º andar/bloco F, Pavilhão João Lyra Filho da Uerj. O debate, coordenado pela Roseni Pinheiro (Lappis), reuniu Gastão Wagner de Sousa Campos (UNICAMP), Gustavo Nunes (UNB), Luiz Carlos Cecilio (UNIFESP) e Liane Beatriz Righi (UFRGS).

O professor Gastão Campos falou sobre como criar instituições menos ásperas. “Essas instituições não são lúdicas. São instituições que têm o compromisso de lidar com as necessidades dos outros. Então, tem que se produzir valores de uso. A forma que a gente  encontra para lidar com os interesses, criatividade e singularidades dos trabalhadores e dos usuário,  é pensar novas formas de lidar com as técnicas da saúde publica, tentando criar novas instituições publicas”. Sobre Humanização, Gastão disse: “Ela hoje tem todos os sentidos do mundo. É colocada até de modo a pensar os poderes dos usuários, dos trabalhadores e dos gestores para constuir direitos, não para um dominar o outro”.

Em seguida, Gustavo Nunes falou sobre a Política Nacional de Humanização do SUS. “A PNH nasce de um contexto de uma interface muito forte no meio acadêmico, que se propõe a intervir e apoiar o SUS. Então, são linhas de produção do meio acadêmico com objetivo de atuar em serviços e interfaces diretas, sem uma internalidade. Assim, esses agentes de políticas públicas vão se comungando para o desenvolvimento do SUS, para reformar de algumas temáticas. Ainda acho que a PNH é prioritária e necessária, pois ainda precisamos desenvolver outras possibilidades para que os agentes públicos tomem para si a necessidade constante de desenvolvimento dessas políticas.”

Luiz Cecilio fez sua apresentação com base no texto, escrito por ele, O Mundo que fica de fora. “Mesmo com as políticas de humanização, existe um mundo que nos escapa. Esse mundo que fica de fora é o que dá vida para esse mundo burocrático que para nós já perdeu sentido.

A mudança ética e política da humanização é um novo tratamento para mundo que fica de fora. Nós já pensamos sobre ele porque ele é autônomo, autopoético e atravessado por instituições. O mundo que fica de fora é tudo aquilo que escapa de todas as estratégias de gestão que têm sido pensadas.”

A última palestrante foi Liane Beatriz Righi. Ela relatou como o apoiador institucional e a política de humanização transformou as relações no município de Palmeiras das Missões/RS. “Agora estamos pensando em como registrar essas transformações, de forma coletivamente. Conseguimos integrar experiências e realizar oficinas com o propósito de como fazer apoio e de como registrá-las.  Então, buscamos referenciais teóricos. As pessoas estão se apropriando dos autores e dos serviços. Estamos gerando impacto no atendimento e gerando agendas nas universidades”.

Roseni Pinheiro foi a coordenadora da mesa. Ela concluiu dizendo: “Essa mesa é um referencial de lutas que tem efeitos, de referencias que se tornam cada vez mais apropriadas”