I Oficina de Humanização em Saúde, no Território dos Cocais

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A Secretaria de Estado da Saúde, através da Coordenação Regional de Saúde de Piripiri (PI) e da Comissão de Integração Ensino-Serviço (CIES), realizou nos dias 20 e 21 de novembro, uma oficina de humanização em saúde, para os  trabalhadores e gestores da atenção primária e secundária, com foco na atenção primária, nos 10 municípios que compõem o aglomerado 4 do Território dos Cocais no estado do Piaui. O objetivo foi apresentar a PNH, aos trabalhadores e gestores, com vistas à implementação da mesma nesses municípios, numa perspectiva de qualificar a produção de saúde  no território.

O evento foi coordenado por Karina Santos, Enfermeira do município de Brasileira, e teve como facilitadoras: Ioli Piauilino (Publicitária e Referência da PNH no estado do Piauí), Emília Alves (Assistente Social do HILP e apoiadora da PNH), Eliana Mendes (Psicóloga do HUT e apoiadora da PNH) e Francisca Miriane (Biomédica e coordenadora da Regional de Saúde de Piripiri).

Dentre os temas debatidos, apresentou-se a Política Nacional de Humanização (conceito, princípios, diretrizes e método de trabalho), Acolhimento e Acolhimento com Classificação de Risco, Ambiência, GTH, Gestão participativa e Cogestão, Trabalho em equipe e Redes de Atenção à Saúde-RAS.

Para Ioli, a PNH é uma aposta no trabalho coletivo e na produção de sujeitos. A coordenadora ressaltou a importância do método da roda, como forma de garantia de protagonismo e autonomia nessa produção coletiva de saúde e de subjetividades.

No debate sobre o Acolhimento e sobre a gestão participativa, Emília estimulou a reflexão sobre  as práticas de cuidado e de gestão no cotidiano de trabalho dos profissionais, numa interface com as demais diretrizes da PNH, ressaltando a importância do fazer coletivo e da escuta qualificada. As reflexões dispararam o compartilhamento das vivências dos trabalhadores e gestores nas suas unidades de saúde. Também chamou a atenção para os benefícios de uma gestão participativa e democrática, que dê passagem a inclusão de novos sujeitos nos processos decisórios.

Na oportunidade, a profissional que também é editora da Rede HumanizaSUS, apresentou a Rede, como um importante espaço de debate e compartilhamento de iniciativas do “SUS que dá certo”, estimulando os profissionais e gestores a se cadastrarem e socializarem as suas experiências de trabalho.

No bojo das reflexões sobre a Ambiência, Grupo de Trabalho de Humanização e sobre o trabalho em equipe, a psicóloga Eliana enfatizou a ambiência como uma ferramenta facilitadora do processo de produção de saúde para os sujeitos envolvidos nesse processo, possibilitando a otimização de recursos e o atendimento humanizado, acolhedor e resolutivo. Sobre o GTH, destacou a importância do protagonismo dos sujeitos, inclusão, apoio mútuo e da construção coletiva de ações de intervenção para melhoria dos processos de trabalho. Também, trabalhou algumas dinâmicas e vivências relacionando-as com a realidade nos serviços de saúde.

Na manhã do dia 21, o grupão foi subdivido em dois grupos de trabalho, para discutirem algumas questões formuladas sobre o Acolhimento e sobre a Cogestão e gestão participativa, com o intuito de identificar problemas/desafios e as propostas para as mudanças necessárias nas unidades de saúde. No turno da tarde, os grupos apresentaram em plenária os trabalhos produzidos.

Os dois grupos apresentaram uma produção de trabalho muito rica, com destaque para as seguintes questões:

Acolhimento e Acolhimento com Classificação de Risco

Dificuldades: Acesso difícil, atendimento burocratizado, fragmentado, com pouco fomento ao trabalho em equipe, ambiência inadequada e baixa resolutividade dos processos de trabalho.

Gestão Participativa e Cogestão

Dificuldades: Gestão centralizadora, verticalizada, com pouca participação e protagonismo dos trabalhadores e usuários nos processos decisórios, falta de espaço para encontros/reuniões entre os trabalhadores e usuários e gestores, comunicação difícil, demora na resolução dos problemas e desvalorização dos trabalhadores.

Propostas apresentadas: mudança na postura de fazer e de gerir os processos de trabalho; fomento de rodas de conversas envolvendo trabalhadores, gestores e usuários; dinamização das salas de espera; reorganização dos processos de trabalho, incluindo na agenda espaço para as pequenas urgências; melhoria da ambiência; educação permanente dos profissionais com foco na humanização em saúde; implantação de ouvidorias e fortalecimento desse espaço onde já existe; criação de GTHs; construção de redes e conhecimento das redes de serviço para melhoria do atendimento e refereciamento de demandas.

No encerramento do evento, foi realizada uma avaliação, com o mote: “O que levo como bagagem…” Na oportunidade os participantes receberam uma mini bolsa e cada um expressou o que levaria dentro.

Vale destacar alguns dos depoimentos:

Levo aprendizado, novas experiências para o meu cotidiano de trabalho; mais responsabilidade e compromisso; mais sensibilidade para fazer diferente; levo uma vontade grande de chegar logo na minha unidade e disseminar o que aprendi; levo um olhar diferente para as minhas demandas; levo desejo de mudanças; levo a esperança de fortalecimento da PNH, e  que, o aprendizado e as experiências compartilhadas na oficina sejam disparadoras de mudanças para um SUS melhor no Território de Cocais.

“A humanização da saúde pode ser resumida em dois SS: sorriso e solução; é atender com sorriso nos lábios, com respeito e resolver”. Lidiane ( Fisioterapeuta do NASF do município de Piripiri)

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