HUMANIZAR!!

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O que seria dos agentes públicos sem criatividade burocrática para resolver nossos problemas históricos como, por exemplo, os da área social?

De tempos em tempos surgem palavras mágicas que, repetidas à exaustão, nos convencem que encontramos o caminho certo.

A moda agora é “humanizar”.

“Precisamos humanizar a saúde, humanizar a educação, humanizar a justiça”.

O governo incentiva com prêmios as instituições que conseguem humanizar seus serviços.

Na saúde existem vários. Lembro neste artigo o Programa de Humanização do Parto.

Afinal, o que significa essa tão falada humanização?

Ainda na vida acadêmica fiz uma pesquisa entre internos de obstetrícia para saber o que eles entendiam como parto humanizado, pois o nosso hospital estava inscrito no programa do MEC/MS.

Pelas respostas não alcançaríamos nunca o título de humanizados.

Tive uma tremenda decepção ao constatar que um ser humano não sabe tratar bem o seu igual.

O regimento de humanizar é uma das inúmeras peças burocráticas criadas para justificar um fracasso. Assim, como aparecem, desaparecem, e os nossos problemas continuam.

A simplicidade é ainda a melhor fórmula de resolvermos dificuldades administrativas.

Como humanizar a saúde se não dispomos dos pré-requisitos básicos, como: material humano treinado e motivado e espaço físico adequado para atender com dignidade nossos pacientes?

Como humanizar a educação em um país onde ela nunca foi prioridade e seus mestres são tratados com desdém do ensino fundamental ao superior?

Como humanizar a justiça onde a maioria dos nossos municípios não possui o serviço que oferece o direito de defesa a todos, com a ausência das Defensorias Públicas que atendem os pobres?

Humanizar é o ato de tratar bem as pessoas. Sem esse compromisso não vejo como viabilizar essas ações midiáticas.

Será tão difícil assim para o ser humano se preparar moral e espiritualmente para compreender um seu irmão e, assim, poder ajudá-lo de forma adequada?

Só assim poderemos falar em humanizar. Quando o ser humano desembrutecer.

07/12/2013
Gabriel Novis Neves

 

 

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