II Ciclo Internacional Resiliência e Cultura em Natal-RN

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Casa mãe terra no Parque das Dunas – construída em taipa, tem como esqueleto estrutural o trançado de varas e cipós, e como carne, o barro. Ela nos faz lembrar do nosso compromisso com a teia da vida.

Escultor: Maurício Camargo    Taipeiro: José Carlos da Silva

Nos dias 28 e 29 de agosto de 2009, aconteceu em Natal-RN o II ciclo Internacional Resiliência e cultura. O evento, coordenado pelo Grupo de Estudos da complexidade – Grecom- UFRN, contou com a presença de Boris CyrulniK*. Na tarde do dia 28, o escritor proferiu a conferência “Da etologia à Resiliência: desafios da ciência” no auditório do NEPSA – Centro de Ciências Sociais Aplicadas- CCSA.  
Cyrulnik  discorreu sobre os caminhos dos afetos,  trajetos e vivências nas quais a energia de um problema pode transformar-se em soluções criativas;  falou-nos das possibilidades concretas dos seres de passarem da “vergonha ao orgulho”, desde que lhes sejam oferecidas oportunidades de reconstrução de suas próprias histórias:
“É possível encontrar em si e em torno de si os meios que possibilitem voltar à vida e seguir em frente conservando na memória a ferida.”

Na manhã de sábado, dia 29 de agosto, rodeados pelo verde do Parque das Dunas de Natal, montamos mais uma vez com grande entusiasmo, a nossa tenda do conto. Dessa vez, a cadeira da tenda testemunharia a sua própria história e os relatos de outras experiências consideradas exemplos de criatividade, solidariedade, sensibilidade e respeito pelo outro.  Jovens do hip hop (projeto desenvolvido pela professora Norma Takeutti e sua equipe junto à UFRN na região Oeste de Natal) emocionaram a todos ao descreverem a superação da vulnerabilidade às drogas e à violência por meio da arte e da cultura.

Além deles, Rejane, Conceição Almeida, Wani, Antonino, Boris e Florence Cyrulnik, Willington e Raimunda Germano nos presentearam com os afetos compartilhados na tenda do conto: novos e velhos amigos que entram na nossa história proporcionando força à nossa equipe da atenção “básica” abrindo horizontes que prometem novos saberes e reacendem nossa esperança.

 “Se a troca intelectual
acontece dentro de um laço de
amizade, poderemos assistir a
uma metamorfose” (Cyrulnik)
*Boris Cyrulnik é neuropsiquiatra, chefe de ensino da “clínica do apego” em Toulon e presidente do observatório internacional da resiliência.