Artigo: Análise do trabalho em saúde nos referenciais da humanização e do trabalho como relação de serviço ( Serafim Barbosa San

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CURSO DE FORMAÇÃO DE APOIADORES DA POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO DO SUS DE ALAGOAS .
Módulo I – 12 e 13/12/2013.
Relatório de Atividade 3:  Artigo: Análise do trabalho em saúde nos referenciais da humanização e do trabalho como relação de serviço ( Serafim Barbosa Santos Filho)–  29/01/14.
Nome do aluno: Tânia de Alcântara Moura Vilela.
Vínculo: UPA DR. David Disraeli Torres / Viçosa – AL
Tutora: Gilvânia Gomes
                         A leitura do artigo nos remete as possibilidades de pensarmos os trabalhadores como sujeitos que também se transformam no trabalho e como o trabalho, ou seja, no processo de trabalho e nas relações institucionais estabelecidas nessa dinâmica, de forma que a construção da autonomia e a corresponsabilização possam levar a construção de mudanças nas práticas de saúde, nas relações e subjetividades. O trabalho em saúde é analisado tendo como base a PNH em seus princípios ( transversalidade, indissociabilidade, protagonismo e autonomia dos sujeitos), diretrizes ( construção d e coletivos e redes de compromissos em torno dos direitos dos usuários e valorização dos trabalhadores) e dispositivos ( cogestão).
  Trabalhar na linha da PNH significa considerar a importância dos atores no processo, ou seja, usuários, trabalhadores e gestores em prol de um repensar nas novas formas de produzir e prestar serviços na área da saúde. O conceito d e trabalho precisa ser revisto, pensado, mexido. A ferramenta utilizada é a estratégia de apoio institucional qualificado. “A função apoio põe em ato os princípios e diretrizes da política, sendo assim estratégia essencial do caminho metodológico pelo qual se propõe a análise do trabalho.”
  O artigo sinaliza como premissas da PNH a compreensão de que trabalho e trabalhador realizam-se e transformam-se simultaneamente; e a compreensão de que o que define o processo de trabalho e lhe garante qualidade/eficiência é a mobilização da experiência dos trabalhadores ou  a construção do conhecimento prático adquiridos no cotidiano.
  Aprofundar o sentido do trabalho nos leva a conhecer de forma pura os sentidos dados pelos trabalhadores a sua atividade laborativa, qual a motivação, a satisfação e percepção de valor que cercam e sustentam o seu fazer. Para Zerafian, “ é preciso associar motivação a sentidos relacionados ao sentimento d e utilidade no que realiza, aos valores éticos ( ajuda mútua, respeito e justiça) profissionais e aos projetos pessoais.” Pensar e sentir assim, dar sentido as coisas, ao fazer. No trabalho, não se motiva, nem se satisfaz, nem se sente valorizado a partir dos ideais da instituição, mas sim com a realidade concreta e do sentido dado pelo próprio trabalhador. É nesse patamar que reside o tão desejado reconhecimento pelo trabalho feito, um reconhecimento que vai além da compensação material e mergulha nos valores éticos.
  A PNH traz como bases de sustentação a lógica de redes cooperativas, onde a efetividade de uma rede é compreendida na esfera das relações de forças e não de formas instituídas. A dimensão cooperação é um outro pilar de grande importância a ser trabalhado, por permitir a análise de situações d e trabalho, de produtividade e  mudança organizacional. Essa dimensão permite melhoria na qualidade de vida no trabalho, com ganho de segurança e satisfação ao fazer junto com os pares. O terceiro pilar é a informação, que de um lado está associada ao saber, ao poder e aos afetos e de outro lado ao domínio necessário de metas e indicadores que norteiam o próprio trabalho.
Concluindo, é fundamental encararmos que o SUS, palco da prática da PNH, faz parte de uma grande conjuntura politica  e social  e que mesmo encerrando princípios democráticos de modelos participativos de gestão e organização, a prática se faz por outros caminhos, que dificultam a participação ativa e protagonista dos sujeitos. Dessa forma a consolidação da PNH como política pública precisa ser fortalecida e isto se dará na medida em que os gestores estejam também preparados para essa nova forma de tratar o usuário, o trabalhador e eles próprios. O processo em si requer conhecimento e mudança na forma de gestão, onde todos devem ser ouvidos e respeitados, provocando assim a mudança rumo a melhoria dos serviços oferecidos na saúde pública.

Tânia de Alcântara Moura Vilela.