PAIDÉIA E A GESTÃO: Indicações metodológicas sobre o apoio

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          A metodologia Paidéia, é fundamentada em princípios e diretrizes humanísticos, que têm proposta interativa e transformadora, com intensão de sempre capturar significado nas ações de saúde. A proposta paidéia, é uma ação democrática, que procura articular os objetivos institucionais aos saberes e interesses dos trabalhadores e usuários. Trata-se de uma proposta de gestão de coletivos organizados,que coloca em exercício contínuo, o protagonismo, a autonomia e a cidadania, em um processo democrático. Nos referimos a uma idéia que se preocupa com a coletividade sem se esquecer da singularidade dentro do processo coletivo. Proposta de gestão que articula estratégia de movimentos no contexto do saber ou do conhecimento. Se preocupa com os conteúdos científicos, porém, não deixando de considerar os conteúdos existenciais. Muito mais que um controle social, é fazer uma política de movimento, que necessariamente, precisa ultrapassar a racionalidade gerencial hegemônica, que mantém a ação institucional de maneira ineficaz e insatisfatória.

         É sabido, que as gestões tradicionais nesta proposta de ação renovadora e transformadora,devem sucumbir,dando lugar a uma política de gestão integradora e transformadora, porém eis o desafio: operacionalizar esta forma de gestão em instituições, onde os gestores estão atrelados ao "poder" econômico,pelas gratificações, através dos cargos comissionados. Será possível? Não sei ainda se é possível, mas sei que é necessário tentar violar a "indiferença coletiva" que acomete a maioria dos nossos gestores. A democratização institucional se faz imprescindível, para que todos possam exercer um pedaço de gestão e assim, somente assim, termos um resultado eficaz e satisfatório, nas ações de saúde e prestação de serviços na comunidade.

        Existem alguns recursos metodológicos à função de apoio, que se iniciam através da construção das rodas de conversa,afim de reconhecer e identificar os saberes existenciais de todos os envolvidos no processo,como também, reconhecer saberes específicos de cada trabalhador(especificidade),para assim promover a articulação de conhecimentos em movimento e análise. Ampliar a compreensão e a capacidade operacional dos coletivos, através da lógica da tríplice( gestor, trabalhador e usuário); para assim promover a qualificação da ação institucional, produzir valores consensuais/produtivos na equipe que sejam adequados e valiosos à reprodução interna/ externa e assim, assegurar nessa lógica, o cumprimento das finalidades numa ação institucional mais eficiente e humanitária. Promover o fazer reflexivo resultando a criticidade,além de a autonomia e a cidadania desta política de gestão, significa ir além da condição de apoiador no sentido da construção de ser agente direto de uma equipe transformadora.

 

                                               Dilma Barbosa dos Santos.