Proadi-SUS define temas e objetivos prioritários para o triênio 2015-2017

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A Secretaria Executiva do Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Economia da Saúde, Investimentos e Desenvolvimento (Desid), realizou nesta quarta e quinta-feira (12 e 13/02) a Oficina de Temas e Objetivos Prioritários para o triênio 2015-2017 do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS). O evento aconteceu no Auditório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Brasília-DF.

A oficina teve como objetivo definir as estratégias, diretrizes e objetivos prioritários do Proadi-SUS para os próximos três anos, além de discutir os temas que servirão de base  para elaboração dos projetos que serão apresentados pelos Hospitais de Excelência ao programa.

 “A proposta é criar uma estratégia para que os projetos apresentados pelo conjunto dos hospitais sejam abrangentes e tenham real impacto na construção do Sistema Único de Saúde”, apontou o representante dos Hospitais de Excelência, Luiz Henrique Mota.

Dentre os temas que foram apresentados estão a promoção de acesso, qualidade, integralidade e cuidados em rede; políticas, gestão, comunicação e financiamento do SUS; pesquisas de interesse público em saúde, nas áreas de inovação científica e tecnológica, saúde coletiva, doenças crônicas não transmissíveis e agravos à saúde, doenças transmissíveis, emergências e medicina intensiva; bem como o desenvolvimento dos profissionais e trabalhadores do SUS.

As prioridades definidas após a apresentação farão diferença no atendimento dos usuários do SUS. É o que defende o coordenador do Programa, Carlos Eduardo Souza.

“Diversos projetos afetam o dia-a-dia do cidadão e da pessoa que é atendida nos hospitais ou que necessitam de algum tipo de serviço ou produto ofertado pelo SUS”, afirmou.

Segundo o coordenador, existe um conjunto de protocolos, sistemas de saúde e mecanismos que apoiam as redes de atenção à saúde, que estão sendo desenvolvidas por intermédio dos projetos do Proadi-SUS e que “são importantíssimos para que o sistema ganhe consistência e funcione cada vez melhor para o atendimento ao cidadão”, defendeu Carlos.

Para Sérgio Zanetta, superintendente de filantropia do Hospital Sírio Libanês, o programa é mais uma contribuição para a qualificação do SUS. “Trata-se de uma parceria público-privada da melhor qualidade, porque são hospitais dedicados a qualidade, por princípio, pela sua formação, e por isso dedicam o melhor de si, além de recursos substanciais para a atividade de desenvolvimento do sistema”, avaliou.

Expertises dos Hospitais de Excelência

A oficina ainda contou com a apresentação da “expertise” de cada HE relacionada com os produtos e impactos produzidos pelos projetos até o momento. São várias experiências exitosas nas áreas de formação de recursos humanos, fortalecimento da gestão e organização dos serviços de saúde, além de pesquisas e incorporações de tecnologias.

O Hospital Albert Einstein, de acordo com seu gerente de Programas Comunitários, Renato Tanjoni, destaca-se em projetos na área de capacitação de recursos humanos, com foco no treinamento móvel e capacitação de profissionais multidisciplinares, por meio do método de simulação realística, um dos mais avançados dentro do ambiente hospitalar. O hospital também tem expertise no desenvolvimento de técnicas e operação de gestão em serviços de saúde, voltado para a transferência de conhecimento, com metodologias inovadoras e pioneiras.

De acordo com Sérgio Zanetta, superintendente de filantropia do Hospital Sírio Libanês, o hospital tem se voltado para o desenvolvimento de projetos na área de capacitação de recursos humanos, pesquisas e incorporação de tecnologias, bem como gestão e organização dos serviços de saúde, com destaque para o SOS Emergência, ação estratégica para a qualificação da gestão e do atendimento em grandes hospitais que atendem pelo SUS, priorizando a atenção às urgências e às emergências.

Assistência, educação e pesquisa são as áreas de referência do Hospital Moinhos de Vento, segundo o Superintendente de Educação, Pesquisa e Responsabilidade Social, Luciano Hammes. O hospital conta, há 10 anos, com um Instituto de Educação e Pesquisa, que oferece formação na área técnica, pós-graduação e MBA, na modalidade a distancia e presencial; promove eventos científicos, realiza residências e desenvolve certificação profissional.

O Hospital Alemão Oswaldo Cruz também se destaca nas áreas de formação em recursos humanos e pesquisa, com foco em oncologia, circulatória, digestiva, atenção ao idoso e osteomuscular, como aponta a sua Superintendente de Desenvolvimento Humano, Cleusa Enck. 

Já para o Hospital do Coração, de acordo com sua superintendente assistencial Bernadete Weber, as áreas de referência são: pesquisa e avaliação de tecnologia em saúde, técnicas e operação da gestão em serviço de saúde, capacitação de recursos humanos, assistência, gestão e redes de atenção, com foco em cardiologia, e perspectivas para atuar em oncologia e neurologia.

Segundo o gerente de Superintendência de Responsabilidade Social do Hospital Samaritano, Dante Gambardella, o hospital consolida um modelo exitoso na área de transplante renal pediátrico que associa avanços na prática assistencial, ensino e pesquisa, na criação de cadeia de valor para o SUS. Para o próximo triênio, a perspectiva é ampliar os projetos na área de cardiologia, oncologia e hepatologia.

Programas de ensino, projetos de pesquisa e prática assistencialTransplante Renal pediátrico é uma das expertises do Hospital Samaritano, apoio a gestão e assistência, cuidados continuados integrados, além de cursos para formação e capacitação multiprofissional – especialização em economia da saúde, habilitação e reabilitação em crianças com deficiência auditiva, cuidados paliativos para profissionais atuantes na atenção básica, princípios e práticas em pesquisa clínica em parceria com a escola de medicina de Harvard; pesquisas na área de métricas  de proteção social, desenvolvimento de biomateriais para a saúde,

Cerca de 80 pessoas participaram do evento, dentre representantes dos HE, técnicos e gestores das secretarias do MS, além de conselheiros e pesquisadores da área da saúde.

Conheça o Programa

O Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) possibilita que as entidades de saúde de referência assistencial participem do desenvolvimento do SUS transferindo tecnologia, conhecimento, experiência em gestão e oferecendo práticas úteis para serem adaptadas pela rede pública.

No PROADI, os projetos são apresentados pelos Hospitais de Excelência ao Ministério da Saúde. Após aprovação, são desenvolvidos com o recurso despendido pela própria entidade de saúde. Em contrapartida – pela oferta de serviços à população – as entidades usufruem de isenções fiscais, mais especificamente contribuições sociais, devidas ao governo.

Atualmente, são 111 projetos em execução nos seis hospitais de excelência (Albert Einstein, Sírio Libanês, Hospital do Coração (HCOR), Oswaldo Cruz, Moinhos de Vento e Samaritano), totalizando cerca de R$ 993 milhões em isenções fiscais, entre os anos de 2012 e 2014. Estes projetos estão ligados a diversas áreas do SUS, desde a Atenção Primária até a Alta Complexidade.

Por Tatiany Volker Boldrini – Comunicação CGPC