RODAS & REDES – Construindo caminhos possíveis com o pessoal da FASE!

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Sexta-feira, dia 09/10, monitores, instrutores, psicólogos e merendeira da Fundação de Atendimento Sócio-Educativo (FASE) de Santa Maria-RS concluíram o segundo módulo do curso de formação continuada “Sócio Educador-Educando”, organizado por uma empresa, o qual possibilitou a experienciação do “método da roda”  conhecido na PNH, entre outras dinâmicas de grupo.
Em um programa “modulado” pela empresa, eis que apresentei uma proposta de trabalho, a qual chamei de “Rodas & Redes”, apostando que a PNH pudesse, como de fato demonstrou potência, provocar atravessamentos, costuras, para a construção de redes em outros espaços.
Sucintamente, a FASE intervém junto aos menores infratores, os quais em “conflitos com a lei” são submetidos às “medidas fechadas”, seguindo planos terapêuticos específicos, apresentando muitos desafios às equipes multiprofissionais e “diretores”, como por exemplo, o próprio envolvimento dos “guris” (como aqui no Sul são chamados) em atividades sócio-educativas e “ressocialização” dos mesmos.
A Intersetorialidade é um dos desafios da Humanização da Atenção e Gestão do SUS. Ao aceitar o convite para desenvolver este curso, logo “vi todos em roda”? Todos e qualquer um, ênfase! Ou mesmo, ên-FASE, ou NA-FASE! Propor isso aos participantes do curso pareceu algo impossível. Fazer “roda” em “meio fechado”? Que rodas são estas? Em um curso de 16 horas, foi apenas uma sementinha, mas que está lá.
O “Sistema Nacional de Atendimento Sócio-Educativo” (SINASE) é um projeto de lei que foi aprovado pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) que normatiza o atendimento aos adolescentes em ato infracional. No SINASE há o que se chama “Sistema de Garantia de Direitos”, geralmente representado por 5 círculos que se conectam. Ao centro está o SINASE interconectando-se com os demais: SUS, SUAS, Sistema Educacional, Sistema de Justiça e Segurança Pública. O método da roda, aplicado pela PNH no SUS pode ajudar a tornar este, que hoje seria o gráfico do SINASE, em redes! As quais, inclusive, interessa-nos e muito!
Como pensar esta outra palavra grande: ressocialização? As redes que queremos construir podem ser construídas a partir de quais? No primeiro encontro, em 23/07/2009, a equipe multiprofissional experienciou que, deveras, “eles precisavam se encontrar mais para conversar”. Apresentado o método da roda, a partir de alguns autores, consultores da PNH, possibilitou outra forma de relação para aquele grupo. Ficaram contagiados, “agenciando futuros encontros” na “casa” (como eles chamam a FASE)! Rodas. Rodas onde o “sentido” da vivência deles, enquanto pessoas e “trabalhadores” pudessem alterar o planejamento e execução dos planos terapêuticos em medidas fechadas sócio-educativas. Todos teriam que participar. Outros grandes desafios! “Eles vestiram suas roupas camufladas de infiltrados em política de contágio”.
No segundo encontro, em 09/10/2009, os relatos foram vários! “Estamos fazendo roda”, ou pelo menos “estamos tentando”. Sinto que são “outros”. Ao abordarmos o assunto de redes de saúde e como essas “estão sendo feitas”, foi muito útil para que eles pensassem “redes-intersetoriais” – avançamos? A partir do material da PNH (dispensado no SNH), alguns vídeos foram assistidos, com foco na inquisitiva construção de redes em redes! Eles tentaram simular algumas possíveis, apenas como reflexão, já que este é apenas o começo. Assista aos vídeos dos encontros que apresenta uma amostra deste processo que se inicia.
 
Primeiro encontro:
  

 

Segundo encontro:

 

 Material do curso reorganizado a partir de leituras de

Passos, E.; Teixeira, R.; SINASE; ECA; CF 1988.

 

Luciane Régio Martins

Enfermeira RT COREN 102333

Instrutora SENAC Saúde – Santa Maria/RS

Apoiadora Institucional da PNH