Grupos de Educação em Saúde da Vila Block/São Sepé-RS

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Este é o primeiro Natal Comunitário da localidade da Vila Block… A comunidade se envolveu, preparou a praça central, organizou tudo. Em breve, postaremos a Festa de Natal que aconteceu na noite do dia 14/12/2009 – produção de saúde, encontros felizes no coletivo vilabloquense!

         A Vila Block é um distrito do município de São Sepé (22 km distante), Rio Grande do Sul, com cerca de 800 habitantes. O que se tem lá? Pessoas incríveis, que nos possibilitam realizar nosso trabalho em saúde para além de nossas expectativas! O que nos envelopa é o afeto. Trabalho imaterial, como diz Negri (2005), que faz toda diferença na construção do trabalho concreto/material? O envolvimento com a comunidade da Vila Block é sempre intenso. Quem conhece sabe que se trata de um local com mínimas alternativas. Não há empregos, senão os rurais, há apenas um supermercado, uma escola de ensino fundamental, um posto de gasolina, além do posto de saúde (que está sendo reconstruído). Uma comunidade carente de recursos,  no entanto, viva em afetos, acolhimento, companheirismo e respeito mútuo.

         Existem dois grupos de educação em saúde na comunidade: HIPERDIA (uma vez por mês) e o Grupo das Mulheres (Grupo Doce Encanto) –  totalmente autônomo, uma vez por semana.

Estar junto com essas pessoas tem sido algo profundo, de descobertas. Participo desses encontros há 4 anos e posso afirmar que minha noção de grupos de educação em saúde se transformou! Dividir as histórias, vivê-las, enfrentá-las, acolhê-las contribuiu para a percepção da importância de enxergar/ver mais com os “olhos do outro”. As trocas, os vínculos, os afetos, a corresponsabilidade, muito se deve ao trabalho das agentes de saúde Cleusa e Geneci, que são pessoas incansáveis, afetivas, atuantes na vila…

Há mais de 10 anos, o Grupo de Mulheres da Vila Block se reúne, sonhando em formalizar uma cooperativa para comercializar seus trabalhos manuais, o que contribuirá para geração de renda. Adriana, apoiadora institucional da PNH, enfermeira, acompanha o grupo desde o início. Ela relembra que os encontros iniciaram devido os “maridos das mulheres” saírem para trabalhar e “elas” ficarem em casa sozinhas, ou com os filhos. Este espaço de conversas foi o meio que encontraram para cuidarem umas das outras, construírem amizades, despertarem talentos, sobretudo, formar este grupo, que, hoje, faz toda diferença em nossas vidas. Incluo-me, porque, sei o que digo. No início, conta Adriana, uma psicóloga acompanhava os encontros. Com o passar do tempo, as “mulheres” preencheram o “corpo do grupo”. Hoje possuem autonomia, combinam os encontros, produzem trabalhos e, nós, antes vistos apenas como “trabalhadores de saúde”, misturamo-nos, somos “do grupo”.

Veja aqui, outro encontro do grupo:

 

 

Apoiadoras Institucionais da PNH

São Sepé / RS

Adriana Martins e Luciane Martins

"Grupos de SAÚDE".