Peregrinação de gestantes na rede de atenção.

16 votos

   Trabalhei  na atenção básica de um município no estado de Goiás por 2 anos. E nesse tempo vivenciei  muitas historias tristes, engraças com finais de felizes e sem final feliz, mas as que misturavam todas as sensações possíveis eram as das gestações…..

   A alegria do resultado positivo para gravidez, das mulheres que a muito tempo vinham tentando ser mamães ….. a tristeza das mulheres, jovens ou adultas, que não queriam ser mamães……  O amadurecimento de quase todas elas, aceitando esta nova fase de suas vidas e  assumindo o compromisso de  cuidarem da saúde delas e dos bebês que estavam gerando.  A audiência nas consultas de pré- natal, e outros serviços que a unidade de saúde oferecia à elas  era digna de elogios.

    Mas a medida que o momento de se dar a luz  se aproximava o clina de alegria e tranquilidade cedia lugar ao medo e apreensão, pois não se tinha as referências e contra referências, a luz dava lugar a escuridão, as gestantes eram largadas a sua própria sorte. Por ser um município do entorno, contava com a boa vontade do Distrito Federal em aceitar as parturientes que muitas vezes só conseguiam atendimento se chegassem de ambulância. A rede de atenção era desenvolvidas por elas e seus familiares  que peregrinavam pela rede pública em busca de vagas, que vinham recheadas de preconceito, maus tratos e violência obstétrica.