Avaliação Qualitativa em Terapia Ocupacional: Princípios, Métodos e Técnicas de Coleta de dados

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   Com o nascimento da ciência moderna, o conceito de “conhecer” passa do teórico ao prático, dando primazia às relações entre causa e efeito, na qual o objeto deve ser analisado para obter-se compreensão em torno deste.  A objetividade também torna-se escopo para a ação. Nesse contexto, tecnologia e ciência aliam-se, produzindo ações fortemente consideráveis sobre as relações humanas.
   A avaliação, nas ciência ciência contemporânea, é a conduta indispensável para se determinar diagnósticos, sendo base para intervenções em ações de modificação. No âmbito saúde/doença, é imprescindível. Logo, avaliar envolve a utilização de diferentes estratégias que conseguem obter dados de uma determinada situação.
   Levando em consideração as preconizações feitas pela OMS acerca de saúde/doença, a avaliação – em se tratando de pessoas – não se limita  apenas à patologia. Outros fatores são relevantes durante o processo de análise ao sujeito, como por exemplo fatores ambientais e pessoais. Inserida nesse âmbito, a avaliação qualitativa faz abordagem flexível a esse sujeito, levando em conta as conexões dinâmicas que estão presentes em seu mundo, sejam tendências individuais ou culturais.
   A singularidade é essencial no processo de avaliação qualitativa, exigindo por parte de quem a realiza (pesquisador/entrevistador/terapeuta) posicionamento sagaz que capte sinais que vão além de aparências e informações explícitas – sobretudo, as que remetem inerente valor ao sujeito em avaliação. Dessa forma, é possível coadunar fragmentos da realidade e elementos que compõem, significativamente, a vida desse indivíduo.
No processo clínico, a entrevista aberta ou não-diretiva é um importante instrumento/técnica. Embasada no discurso livro, esse tipo de entrevista permite que o entrevistado exponha suas concepções e histórico de vida. Embora livre, requer cuidados especiais por parte de realiza a entrevista, como respeitar a subjetividade do sujeito. Não obstante, é importante o vínculo entre terapeuta e entrevistado. Dentro de uma avaliação outra técnica usada é a História de Vida, na qual os acontecimentos vividos são elementos-chaves para estruturação da entrevista. Por sua vez, o entrevistador desperta-se em questionamentos e interpretações diante da narrativa exposta, fazendo pouca interferência. No conjunto de técnicas e ferramentas  que dispõem uma avaliação, a observação é um componente que vai além de simplesmente ver o sujeito: requer preposições fundamentadas. Para tal fim, na observação é importante a anotação minuciosa dos dados em coleta, sendo fiel aos detalhes.
   Por último, o Estudo de Caso é a modalidade de avaliação reúne diferentes instrumentos para a coleta de dados, permitindo que diversos fatores sejam investigados concomitantemente. Nesse cenário múltiplo, é possível obter quais são as prioridades para intervenção.
   Em terapia ocupacional, de modo geral, a avaliação tem por objetivo coletar dados a fim de verificar os resultados da ação terapêutica; medir progressos; acompanhar e aprimorar a intervenção; analisar a eficácia da ação e etc. Mesmo reunindo uma série de elementos técnicos, o indivíduo será sempre único, consequentemente, deverá ser avaliado de forma singular, reputando  o contexto em que ele se insere. Nessa perspectiva, o profissional baliza intervenções efetivas no processo terapêutico demandado.