Um dos maiores desafios no Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido inovar as práticas de gestão. A transformação dos modos tradicionais de gerir pessoas, processos de trabalho, recursos e políticas públicas de saúde tem sido foco de trabalho e estudo em diversos contextos do país. Dentre as iniciativas e inovações experimentadas, estão em destaque os arranjos de Apoio Institucional Como “função” Apoio. Os objetivos dos arranjos de Apoio Institucional experimentados pelas organizações são, em geral, comprometidos com a transformação dos processos de trabalho e das relações exercidas entre os sujeitos.
Desse modo, tomo como conceito, que Apoio é pensado como uma função gerencial que, a partir do principio da congestão visa reformular o modo tradicional de fazer coordenação, planejamento, supervisão e avaliação em saúde. A cogestão como base do Apoio Institucional pressupõe um modo de agir mais dialogado por parte da organização que intenta projetos de mudança. Busca-se construir relações e ações que valorizem o princípio da autonomia dos sujeitos e dos coletivos sobre suas próprias realidades e problemas.
Referência: Experiências de Apoio Institucional no Sus: da teoria à prática, Letícia de Moraes Falleiro, Porto Alegre 2014
Por Emilia Alves de Sousa
Olá Yohanna,
Muito importante a sua discussão sobre a cogestão e o apoio institucional!
O exercício da cogestão abre a possibilidade de valorizar a participação de todos nos processos decisórios, no sentido de ampliar a capacidade dos coletivos em analisar as demandas e buscar respostas coletivas, entendendo que a produção de saúde e a produção de subjetividade são indissociáveis. Uma das possibilidades da cogestão e do apoio institucional, portanto, é articular a elaboração de objetivos comuns numa perspectiva de fazer pactos e compromissos propiciadores de corresponsabilização nos processos de cuidar e de gerir, disparando autonomia e empoderamento dos trabalhadores e usuários.
Para Gastão Campos, um grande pesquisador do tema, a metodologia do apoio institucional é proposta neste contexto como modo de intervenção nas relações de trabalho visando alterar o modo de produção, os fluxos de poder e instaurar a democracia institucional.