Política Nacional de Humanização compõe novo arranjo de apoio do Ministério da Saúde às regiões de saúde

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Política Nacional de Humanização do SUS 07/08/2015

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  Criada em 2003, a Política Nacional de Humanização (PNH), tem investido no Apoio como método para a implementação de suas diretrizes e dispositivos, produzindo outros modos de relação do Ministério da Saúde (MS) com os territórios, por meio da ativação de coletivos de trabalhadores, gestores e usuários do SUS. Durante esses 12 anos, a PNH formou milhares de apoiadores em todo o território nacional, produzindo conhecimentos e desenvolvendo tecnologias para a sustentação de uma política transversal. Seus princípios e diretrizes, bem como o método do Apoio, têm sido incorporados de modo crescente pelas demais políticas do SUS, culminando no atual redirecionamento proposto pelo MS para o Apoio às Redes de Atenção à Saúde(RAS), com foco no fortalecimento da regionalização. No dia 03 de setembro, o coletivo de apoiadores da PNH se reunirá para elaborar um novo plano de ação da Política para essa nova proposição do Apoio do MS e, sobretudo, pactuará ações que fortaleçam a dimensão da produção de conhecimento e tecnologias para o SUS, na perspectiva de zelar e dar continuidade à construção do capital simbólico da Política.

  A PNH é pautada pela escuta das demandas e oferta de tecnologias para a promoção da clínica ampliada e da gestão compartilhada. Trabalha para humanizar o SUS, efetivando processos com aposta em arranjos que ajudam nas relações de trabalho, nas esferas do cuidado, da atenção, e também da gestão. Além disso, a educação permanente tem sido pauta constante desta Política com vistas à construção de um SUS melhor, por isso, a PNH já atuou desde sua criação em interface com apoiadores em todo o Brasil, articulando-se também, com secretarias e movimentos sociais. O crescimento dos coletivos que compõem a política só foi possível diante às contribuições dos tantos trabalhadores, gestores e usuários do SUS, que, a partir do contato com a Humanização, implicaram-se no compromisso de fortalecer o SUS, tais práticas aliadas à vivacidade da política, constituem atualmente, a memória do "SUS Que Dá Certo", que por meio de ações concretas mostra experiências exitosas, amplifica expertises e dá significância e olhar plural sobre a saúde.

  A Estratégia de Apoio, Ambiência, Acolhimento, Clínica Ampliada e Cogestão rendem bons frutos nos territórios e pela sua transversalidade mobiliza ações e atores para o SUS e pelo SUS. Agora, o olhar multifacetado e o acúmulo da PNH irão reverberar em mais instâncias, o que significa maior proximidade com as demais áreas do MS e maior abrangência em todo o território nacional. A PNH está firme e com novo direcionamento para humanizar a saúde. Em linhas gerais, tais diretrizes estão baseadas na experiência acumulada no exercício da prática do Apoio por diversas áreas do MS, entre elas, a Política Nacional de Humanização da Atenção e da Gestão, com foco na cogestão, a inclusão e autonomia dos sujeitos; os movimentos de Educação Permanente, prevendo a qualificação transformadora das práticas de gestão e de atenção.

  A equipe da PNH, durante a trajetória de 12 anos, acumulou significativamente saberes e práticas relacionados ao Apoio, como método de implementação de políticas de saúde com foco no cuidado e na cogestão,  por isso, a inclusão desta equipe na Estratégia do Apoio do MS dará potência e qualificação ao processo de trabalho dos apoiadores, contribuindo com a implementação das RAS, nas regiões de saúde e, sobretudo com impactos positivos na ampliação do acesso da população aos serviços de saúde.

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6 Comentários

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Por maroca_cms

Gostaria muito de conseguir envolver Formação / Gestão / Serviço & Controle Social para conhecerem a mesma linguagem sobre a Política de Educação Permanente em Saúde em Cruz das Almas – Bahia. 

Para tanto, seria de fundamental importância a "expertise" daqueles que já caminham com a Política Nacional de Humanização – PNH, para nos dar este suporte e fazermos um grande encontro em nosso município. Continuo visionária (assim que as vezes me caracterizam) mas jamais vou desistir, entendo que os recursos financeiros sempre serão imprescindíveis mas, afirmo que os "Recursos Humanos" é que fazem toda a diferença.

Para um contato mais direto, vou disponibilizar meu e-mail pessoal: [email protected]

Forte Abraço !!!

Por Ana Paula Briguet

O apoio da PNH no território da Fo/ Brasilândia foi muito potente e transformador. Muitas rodas, encontros, abertura para o diálogo, reflexão crítica sobre o processo de trabalho, construção, desconstrução, classificação de risco e vulnerabilidade, fórum de redes, GTH, plenárias, muitas plenárias, micro redes, cuidado em saúde mental, encontros múltiplos com gestores, trabalhadores, usuários. Lamentável essa notícia!!

Vamos nos mobilizar!!!

abracos, 

Ana

Por Marcelo Dias

Na minha prática como apoiador matricial em saúde mental, tenho vivido uma experiência interessante que é a de que ao apoiar os coletivos e sujeitos, não consigo ser apoiador de uma única área de conhecimento. Na minha experiência, vejo o apoiador como um gestor da clínica, atravessado pelos mais diversos saberes e pela humanização.

Pergunto: este novo arranjo vai nessa direção?

Por Shirley Monteiro

 Em se falando da PNH e do apoio, importante lembrar que a vivencia prática das diretrizes e princípios da PNH  agem intrinsicamente na humanização das relações, antes de tudo, antes mesmo de humanizar o SUS.

Estudos recentes acerca do Apoio institucional e Apoio matricial vivenciados nestes 12 anos pela PNH, distinguem com sensibilidade a questão da outra modalidade de apoio, mais recente, lançada em 2011 pelo MS como "apoio integrado" e com foco de gestão em redes temáticas específicas.  A  noção de apoio então se pulverizou, para quem se apropriava destes diferentes dispositivos de gestão, a partir de 2011.

E  o apoio  integrado instituído pelo MS, a meu ver não veio muito 'integrado'.

E já  que se falou em Educação Permanente na Saúde ( EPS) , a qual sempre andou junto com a nossa velha PNH de 2004 a 2010 mais intensamente, sugiro que a equipe gestora do MS que  busca um novo lugar para a PNH  aprofundem-se em publicaçoes  mais recentes  que aprofundam e problematizam esta questão ético estética e  política dos  modos de fazer apoio, a partir de 2011, quando surgiu o dito "apoio integrado", pois desta experiencia de 2011 para cá  já produziram-se leituras e reflexões de autores/mentores desta Política de Saúde tão cara para nós, que penso devem ser consideradas para qualquer novo Planejamento.

Entre Vídeos e Seminários do LAPPIS (2014-2015) sugiro também, esse texto no link:

https://interface.org.br/wp-content/uploads/2015/02/Suplemento-INTERFACE-Apoio-Institucional-PNH.pdf

E os preciosos textos inciais de Eduardo Passos e Regina Benevides, para que se mergulhe nas raízes rizomáticas da PNH, antes de tentar-se institucionaliza-la.

A  EPS está instituída em diversas Portarias e como Política de Estado, e ainda assim consegue manter-se em movimento em sintonia com seus principíos transversais para a autonomia e protagonismo, mas trata-se sem dúvida de um caminho também de defesa de sentidos.

Sou apoiadora da PNH, já fui editora aqui do Coletivo de Editores RHS, mas nos últimos  cinco anos tenho trabalhado mais intensamente como assessora em Educação Permanente em Saúde na gestão de processos de trabalho em hospitais do SUS, na rede do estado. Nesses caminhos posso  dizer e reconhecer diferentes intensidades da PNH viva, nestes processos de gestão e cuidado. Mas, principalmente, destaco que através das metodologias ativas de aprendizagem em 2014 pude reconhecer  bem presentes os princípios, as diretrizes, dispositivos e método da PNH nos Cursos de aperfeiçoamento e de formação da Fiocruz-MS ( Caminhos do Cuidado, e Apoio Matricial com Enfase no NASF, especificamente); e essa transversalidade da PNH  e sua inclusão, reconhecimento são  essenciais.

E como disse certa vez Edu Passos em um dos muitos Foruns potentes da PNH, momento rico de Educação Permanente (EPS), independente do que acontecer institucionalmenteo com a PNH nos serviços, o que a gente aprendeu com os modos de fazer , as ferramentas e o método PNH nas práticas,  é conhecimento ! E isso ninguém retira de nós !

A  todos que lêem:  apesar das citações de algumas referências aqui, espero que não tomem precipitadamente como "academicismo", como já espiei em outros posts do assunto; mas  sim, sugiro os textos como ferramentas de Educação Permanente em Saúde realizadas a partir de práticas no SUS, sobre o SUS, e para o SUS e seus atores sociais, humanizando-se  acima de tudo,  as  relações entre estes, de forma inclusiva e com comunicação clara e aberta !

Abraço Susista !

Shirley  Monteiro.

    Por miguel angelo maia

    Ótimos comentários e ótimas proposições Shirley

    Endosso todos e, dentre eles,  "os preciosos textos inciais de Eduardo Passos e Regina Benevides, para que se mergulhe nas raízes rizomáticas da PNH, antes de tentar-se institucionaliza-la" me estimulou a fazer um post de retomada da conferência de abertura do Eduardo Passos, no Segundo Seminário Nacional de Humanização, em 2009. Vou fazê-lo.

    Quanto ao "academicismo" em outros posteres, fui um dos que atentaram para isto, mas não para criticar a discussão teórica, de base acadêmica, sempre tão necessária para nossa formação, porém, somente para alertar que, em meio a ela, podemos não atentar para outras necessidades que os territórios demandam e que ficam sem resposta, meio que encobertas na tão preciosa retomada dos conceitos.

    Acho que parte da confusão é que este post fala da PNH como a conhecemos e diz que ela passará a compor um novo arranjo, dentro das prioridades atuais do MS, porém, não deixa claro o que isto significa e como se dará o apoio daqui para a frente e qual serão seus efeitos sobre as formas  de fazer apoio atualmente, considerando-se os movimentos existentes, já que alguns tiveram consultores retirados do processo.

    Acho que a pergunta do Marcelo aí embaixo vai neste sentido e lamento o silêncio da PNH porque ela sempre enfatizou a necessidade de abrir rodas de conversa e colocar os conflitos na mesa de discussão.

    Deixo aqui minha sugestão para que, ao menos no CN de 03 de setembro esta discussão possa ser pautada, já que como vimos em outros posteres ela parece importante para os companheiros dos territórios.

    Abs.

    Miguel Maia

     

      Por Shirley Monteiro

       CN  Conferencia Nacional de Saúde ? boa idéia Miguel.

       Seria otimo um Forum da PNH reunindo todos, a partir da iniciativa do Ministério da Saúde potencializando esse Encontro, a partir mesmo daqui da RHS, Comunidade de Práticas. Seria um momento bem rico para potencializar o começo, recomeço de mais uma fase !

       Abraço Susista,

       Shirley Monteiro.