Participação de Apoiadoras da PNH/Pi nas Conferências e Plenárias de Saúde

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Compartilho um relato da Ioli Piauilino (apoiadora da PNH/Piaui), sobre a participação de  apoiadores da PNH/PI nas conferências municipais de saúde realizadas no estado do Piaui, e as suas impressões sobre o que tem observado.

A participação dos apoiadores tem o intuito de debater o acolhimento nas práticas de saúde, e estimular a formulação de propostas com foco na humanização do SUS, para encaminhamento à etapa estadual rumo a 15ª Conferência Nacional de Saúde, que será realizada no mês de dezembro em Brasília.

“Na qualidade de Apoiadoras da PNH/Pi, temos participado de algumas Conferências e Plenárias”. Relata a apoiadora.

Como tem sido a inserção da PNH?

Tenho sido convidada como palestrante para falar do temário central e busco vincular o Acolhimento ao sub-tema que discute  “ o Direito à Saúde e a Garantia de Acesso e Atenção de Qualidade”; reflito que o tema é ousado e amplo e que cabem nessa discussão grandes e importantes aspectos da saúde, como a qualidade da água que consumimos ali, o destino do lixo urbano, o uso de agrotóxicos nas hortas e canteiros até o momento em que o usuário busca o posto de saúde com sua fragilidade e sofrimento. Destaco que precisamos pensar a saúde no seu conceito ampliado, aquele que compreende a saúde não apenas como ausência de dor. Nessa provocação puxo a brasa para a sardinha do acolhimento (rsrsrsrsr), dizendo que não há como falar de saúde como direito do povo brasileiro se não houver acolhimento à demanda espontânea na Atenção Básica, se não houver trabalho em equipe; sugiro algumas estratégias para favorecer o acolhimento a grupos mais vulneráveis, como por exemplo desenvolver atividades coletivas para incluir as pessoas nas ações e programas da Equipe de Saúde da Família e demais serviços da rede SUS. Reforço a necessidade de valorizar o trabalho e o trabalhador em saúde, cuidar do cuidador, garantir acolhimento aos diferentes sujeitos com suas demandas e necessidades específicas, discussão dos casos durante suas reuniões de produtividade. Convido os participantes a refletir sobre os sentimentos que os movem para a Conferência e para construir seus próprios conceitos de acolhimento, provocando uma reflexão sobre o modo como se está produzindo saúde naqueles territórios. Busco despertar  os gestores e trabalhadores  para investir em educação permanente na saúde e finalizo alertando para determinados comportamentos e atitudes rotineiras que adoecem os ambientes e as relações de trabalho, que são as normoses.

Como tem sido a reação a esta fala?

“Em geral, os gestores gostam porque se sentem fortalecidos quando o alerta vem de fora.
Os trabalhadores interagem, porém se queixam de carga excessiva, de falta de estrutura, mas pensam que estão fazendo o seu papel. 
Os usuários dizem que tudo isso é bonito, mas não é assim que acontece na prática.”

O que dizer do Controle Social?

“Muito frágil!  Conselho Municipal de Saúde existe para cumprir uma formalidade. Em alguns desses municípios, poucos Conselheiros presentes na Conferência; alguns nem sabem qual segmento representam.
Infelizmente, até mesmo para eleger delegados para a etapa estadual tem sido difícil. Não há interesse, provavelmente, porque a gestão não garanta as condições adequadas de participação. Contudo, tem saído o número de delegados previsto por faixa populacional e também tem sido respeitada a paridade de gênero, ou seja, metade dos eleitos tem que ser mulheres.”

Em relação às discussões, deliberações e construção de propostas

“Os grupos são estimulados a pensar sobre as políticas de saúde a partir da leitura dos eixos temáticos da 15ª CNS (doc. Orientador). Propostas de alcance local são formuladas com foco nas necessidades sentidas mais pelos trabalhadores e menos pelos usuários.” Destaca a apoiadora!
Embora sejam informados em plenária os oito eixos da Conferência, os municípios têm priorizado quatro temas para a discussão, quais sejam: a saúde como direito e garantia de acesso, controle social, modelos de gestão do SUS e valorização do trabalho e do trabalhador.

1) Os trabalhadores da AB desejam, em geral, remapeamento ou redimensionamento de suas áreas de cobertura; propõem mais capacitação e qualificação; reivindicam Plano de Cargos, Carreira e Salários.

2) Agentes do controle social propõem fortalecimento das instâncias por meio de capacitação e criação de estrutura física independente, ou seja, sala do Conselho descolada da Secretaria Municipal de Saúde.

3) Usuários reivindicam abastecimento da farmácia básica, marcação de consultas especializadas, exames e cirurgias com menor tempo de espera e UBS`s mais perto de casa.

"Não se vive sozinho; na saúde não há trabalho de "Euquipe"; precisamos do trabalho em equipe." Finaliza a apoiadora.

 

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