“Quais serviços vocês podem oferecer à comunidade?”. Um relato-resposta de uma visita à unidade de saúde.

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Visitar uma unidade de saúde próxima e conhecer o que ela pode oferecer aos moradores da comunidade, assim como relatar em um post aqui na Rede HumanizaSUS foi uma proposta do professor Fabio Hebert da Silva da disciplina Estágio Básico II – Saúde. Bem perto da minha casa há uma unidade, então foi simples chegar, até porque já a conhecia desde a infância, assim como alguns funcionários me conhecem também da minha infância.
Mas vivenciar a unidade naquela manhã foi diferente de todas as outras vezes que estiva lá. Dia 17 de agosto, acordo cedo e vou descobrir quais serviços a unidade pode oferecer.

De buscar remédios com minha mãe à coordenadora do posto de saúde, para então uma conversa explicativa com uma enfermeira, tempo de espera, como para todos. Esse foi o trajeto entre pessoas, conversas e salas que passei para ter resposta à pergunta: “Quais serviços vocês podem oferecer às pessoas?”. Se não fosse conhecido por alguns funcionários como estudante universitário talvez tivesses sido uma breve visita, senti que ser conhecido como estudante (principalmente de Psicologia) levou os funcionários a se elaborarem mais numa resposta que me parecia simples.
Como todos lá, eu esperei. E detestaria ter sido prontamente atendido com minha questão. Mas acho que só para mim a espera foi agradável. Pouquíssimo espaço separava duas fileiras de poucas cadeiras; um desconforto explícito, e já foi pior, como bem me lembro da infância febril que tive.

Daquele tempo não me lembro do dentista que hoje atende. Lembro da agente de saúde que ainda é a mesma de quando eu era criança e da sala de vacinação que continua no mesmo espaço físico. Acompanhamento de grávidas, de recém-nascidos, das doenças epidemiológicas, teste para DSTs e teste para AIDS. Clínico geral, ginecologista, pediatra, curativos e retirada de pontos são os serviços que lá são realizados durante as semanas, além de campanhas temáticas como a que ocorreria no sábado 22, recorrente ao Agosto Azul.

Resposta me foi dada pela Enfermeira, com entusiasmo e preocupação com meu entendimento. Completa e sem exageros, porém, a ideia de que quem devesse me explicar quais serviços são oferecidos fosse uma pessoa que melhor sabia, fosse formada ou representasse intelectualidade para me responder estava presente. Fui passado da recepcionista (uma amiga) à Coordenadora; desta, à Enfermeira. E isso tem a ver com o conhecimento sobre mim como estudante de Psicologia, daí procuravam solucionar minha questão sob um viés ou conduta intelectualista, por isso de chegar até à Enfermeira para responder uma questão que poderia ter sido resolvida pela recepcionista, que deve responder aquela pergunta diariamente sob outras formas de se perguntar, outras pessoas que perguntam, outros encontros.
Penso no quanto foi dedicado a mim para responder uma simples pergunta. Saí me sentindo bem, diferente de como acontecia em minha infância, talvez fosse a febre; e desta vez a percepção de cuidado direto mesmo em ausência de doença. Sinto que voltar será benéfico independente da circunstância.