SUS: Antes de apedrejar, vivenciar para crer!

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Realizei uma visita a Unidade de Saúde da Família, município de Viana-ES, cuja tarefa apresentada pela disciplina de Estágio Básico II, aos acadêmicos do 6º período, do Curso de Psicologia da UFES, era vivenciar e experimentar o atendimento prestado pela rede do SUS aos seus dependentes. No primeiro contato, logo de cara, dirigi-me a uma atendente de cabelos louros, compridos e ligeiramente ondulados, que estava cabisbaixa fazendo algumas anotações, após pegar o cartão da família que apresentei, ergueu a cabeça, olhou para mim e perguntou: Foi o senhor que ministrou uma palestra do curso de noivo, no qual participei? Fiquei meio atônito e sem reação naquele momento, e exclamei: Sim! Quando me convidam para participar de alguma atividade na comunidade, sirvo-a com maior prazer. Fiquei incomodado com a situação e lembrar do rosto de pele morena que estava pairado na minha frente e, então, vagamente, fui recordando daquela fisionomia, e perguntei: Você modificou a cor dos seus cabelos,? Ela me respondeu: Sim! Dei uma repaginada e mudei o visual! Então, aproveitei o ensejo e perguntei sobre o casamento, se estava feliz, e ela me respondeu que a relação conjugal ia bem e estava feliz com o seu cônjuge, contudo, relatou que havia perdido o primeiro filho, devido ter sofrido um aborto espontâneo, e que a gravidez havia sido planejada.  Depois disso, reportei-me a finalidade da visita e prossegui a conhecer a USF cuja recepção e atendimentos aos pacientes são padronizados haja vista que, assim que surge uma demanda, a atendente procura localizar o prontuário médico com a numeração daquela família e passa a preencher a ficha. Antes da consulta ambulatorial, cujas especialidades ofertadas são das áreas de cardiologia, pediatria, ginecologia e clínica geral, além de contar com consultório odontológico e farmácia básica, é feita a medida de pressão arterial. Também são disponibilizados preservativos masculinos e acesso a exames de DSTS, bem como a possibilidade de encaminhamento para especialidades médicas mais complexas. No entanto, uma questão que me deixou inquieto e intrigado aconteceu quando, aproveitei a visita para realizar uma consulta de rotina e solicitar requisição para realizar alguns exames triviais como fezes, urina e sangue, a atendente solicitou o cartão do SUS e não tinha disponível. Entretanto, fui informado que só poderia ter acesso a alguns exames se tivesse realizado esse cadastro, e que a inscrição do cartão da família no servia para tal finalidade. Registrei um fator que me afetou positivamente foi o fato das relações de vizinhança e coletividade se fazerem presentes na unidade de saúde do bairro. Apesar das limitações e problemas apresentados pelo SUS como a demora na realização de cirurgias, exames de maior complexidade e a falta de disponibilidade de remédios de alto custo, mas, ainda, é o melhor sistema de saúde adotado no País haja vista que é universalizado, ou seja, visa atender a todos,  independente de sexo, raça, cor, religião, idade, classe social, condições econômicas, financeiras, ricos ou pobres.
Gaudencio Barbosa