Rumo ao Encontro Nacional de CAPS Infantojuvenis – ENCONCAPSij 2016

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O que é protagonismo para você?

 É comum ouvirmos a célebre frase “O povo não faz nada”.

 Normalmente o que ela quer dizer é que as pessoas não fazem nada do jeito que gostaríamos que fosse feito. 

 Será que alguém parou para perguntar: como você quer fazer? O que você pensa sobre isso?

  A situação só tende a piorar quando falamos de crianças e adolescentes.

  Apesar dos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente, nosso olhar para essa garotada sempre vai da extrema tutela para a extrema senioridade. Dos que dizem que adolescentes já podem ser ‘presos’ (apesar das medidas socioeducativas) aos que questionam a ‘precocidade’ em discutir gênero e sexualidade com esse público.

  Essa ação também acontece na saúde mental, quando as crianças agitadas e os adolescentes que não nos obedecem passam a ser tratados como hiperativos (TDAH) ou com transtorno opositor desafiador (TOD). Será que são esses quadros de doenças mentais ou experiências de estar no mundo?

 Em uma discussão sobre medicalização no sistema socioeducativo uma técnica do DEGASE disse: a prevalência de transtorno mental em adolescentes com privação no sistema é o estresse causado pelo confinamento.

  Afinal, quem gostaria de estar enclausurado?

 São esses, dentre tantos outros, os exemplos de como não conseguimos acolher e compreender as demandas dos jovens.

  

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  Mas estamos em um momento político interessante, as ocupações das escolas estaduais em São Paulo demonstram o poder de organização e invenção dos jovens. 

   Então, vamos propor o protagonismo juvenil? 

   E que tal levarmos o princípio da participação social, fundante da Constituição de 1988 e do SUS, para as arenas de decisão dos jovens? O que eles têm a propor?

   Esse é o desafio para o Encontro Nacional de CAPS Infantojuvenis de 2016.

   A atenção à saúde mental infantojuvenil é uma questão complexa, afinal, como falar em saúde mental dessa população sem cair na medicalização e na patologização?

 Como falar em sofrimento de crianças e jovens, no Brasil, se a cada censo sabemos que os percursos e possibilidades tem os condicionantes sociais, étnicos e de gênero? 

  Vivemos em um país onde ser um jovem e negro da periferia é estar preocupado com sua segurança. Será que vou sair da adolescência vivo?

    Há infâncias e adolescências no percurso da saúde (mental) e só vamos descobrir quando pudermos ouvi-los diretamente.

  Então, esse é o convite. 

  Vamos agitar essas discussões em nossos municípios e territórios e nos encontrar em Maio do ano que vem?

 

 

 

Olha só o vídeo que a molecada do CAPSij de Jundiaí fez! É o convite pra toda galera participar do Encontro Nacional de…

Posted by Encontro Nacional de CAPS Infantojuvenis – ENCONCAPSij 2016 on Friday, October 23, 2015

 

 

A carta de apresentação pode ser lida na página do Facebook do encontro.