UM SOL NASCENTE NA RHS E EM TODOS NÓS…

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Enfim, mais um ano vai chegando ao final e, assim, há como que um movimento que nos faz nos congraçar em festas, mas também, ao menos para mim, dar uma parada para refletir e respirar…

Não que o tempo tenha que ser cronometrado e marcado por inícios e fins, já que sabemos, isto é coisa de humanos, demasiadamente humanos. O tempo que claudica é nosso, o outro é uma guria faceira dançando livre nas malhas da vida. A maioria faz do tempo um senhor, um homem, prefiro pensa-lo como menina/mulher, com seus mistérios entre dores de partos, sedução e carinho de mãe. Por um devir mulher do tempo…

Enfim, foi um ano esquisito e difícil e, sem pessimismo, acho que não temos muito como esperar que o ano vindouro seja mais fácil. Atravessamos momentos difíceis em nossa história humana, o mundo contorce, o nosso país estrebucha em séria e grave crise política em que muitos parecem querer chegar às raias da ingovernabilidade, sei lá com que intenções.

Enfim, é lama, fogo, água e terra comendo carne humana por todo lado, como se não fosse também um devorar da vida que cada vez mais se ressente de um possível possível.

Por outro lado, vivemos aqui nesta rede quente momentos intensos, nas trocas, controversas, debates, simples manifestação de afetos e, sim, muita formação de simpatias, empatias e composições que, se virtuais no jeito, não deixam de serem reais em nossos corpos e afetos. O coração, cansado, respira como oxigênio nossas trocas e a alma veste chita e, mesmo chorando, sabe que há mil outros motivos para rir e comemorar.

Foi um desfile imenso de diversidade na rede: ciganos, negros, índios, refugiados, etc. Foi também um belo passeio de nossos futuros profissionais que, da UNB, orquestrado por Gustavo Nunes, e da UFES, orquestrados por Fabio Hebert, pulsaram de vida o SUS, a Humanização e a vontade de troca intensiva, daqueles que sabem que, para trabalhar com vivos, é preciso muito mais que sobreviver, é preciso não se deixa morrer pelo que nos quer mortos e zumbis.

Momentos lindos de partilhas e de lutas, de movimentos, de ações que, ao invés da lama de Mariana, cobrem de luz nossas almas e potencializam as forças dos braços, por nos sabermos acompanhados, sim, muito bem acompanhados.

O intensivo debate sobre os destinos da PNH que, a meu ver, continuam ainda secretos e sem fazer da rede aquilo que ela é e se propõe ser: um campo de construções conjuntas, diversas, heterogêneas, mas fortes. Ubuntu para a PNH.

Os movimentos sociais com sua força, anônimos, infames e sem glórias que ousaram nos ofertar suas vozes, entendendo que na rede, embora não sejamos peixes, somos todos cardumes com vontade de expansão. Somos melhor quando somos juntos, embora juntos jamais queira dizer iguais.
Deixo este ano como que deposita uma roupa suja e se prepara para outros tempos.

Deixo este ano certo de que aqui na rede temos voz, braços e ombros suficientes para continuar em frente.

Se Natal é a festa da vida e Ano Novo é promessa, desejo apenas que todos nós amanheçamos como um sol nascente, realmente novo em nossas atitudes e que o Ano Novo irrompa como um caminho que, certamente, terá pedras e suavidades, mas certo sobretudo que, juntos, como borboletas nesta rede, as cores nos darão potência e coragem de ir em frente.

Contem comigo, pois conto com todos vocês.

Apenas para não deixar de mencionar a belíssima iniciativa do Pablo, Ubuntu para todos nós e que, como nós de redes, possamos passar por lamas e fogos, certos que nadaremos com todas nossas forças.

Ubuntu para nossa potência e garra de viver.

Shalom! O Deus que há em mim saúda o Deus que há em todos vocês!