Atenção Básica vs Modelo Hospitalocêntrico

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O modelo de organização dos serviços de saúde focado na assistência a condições agudas e agudizações de condições crônicas há muito vem se mostrando ineficaz e incapaz de dar conta das necessidades de saúde da população brasileira, principalmente com as transições demográfica e epidemiológica acontecendo e a crescente magnitude das doenças crônicas não-transmissíveis no país.

A alternativa é uma organização que enfoque um cuidado longitudinal e próximo da população, que seja capaz de resolver problemas simples e acompanhar as pessoas, referenciando-as para um serviço mais especializado quendo necessário.

No Brasil, esse enfoque se traduziu na Estratégia Saúde da Família, com os Agentes Comunitários de Saúde exercendo uma função de cuidado e de ligação entre as pessoas do território e o serviço de saúde, com visitas periódicas às famílias em suas casas.

Mesmo com a bibliografia mundial apontando para o modelo que tem a Atenção Básica como coordenadora do cuidado, o DF até hoje tem uma cobertura de menos de 30% da Estratégia Saúde da Família, após várias gestões terem anunciado como objetivo ampliar essa cobertura. 

Vivemos um momento político difícil para a saúde pública não só no DF, mas em todo o Brasil, e precisamos nos unir e reivindicar aos gestores que parem de abrir mais e mais hospitais – que não resolvem o problema – e que invistam na Atenção Básica. 

É preciso fazer uma pergunta crucial: Quem está ganhando com a perpetuação desse modelo focado na Atenção Especializada e na Urgência e Emergência? Os planos de saúde? Os hospitais privados? Com certeza não é a população, que tem um atendimento cada vez pior, tanto no setor público quanto no privado.

Minha mãe já dizia: “É melhor prevenir do que remediar.”