Doença que mata uma pessoa a cada seis segundos atinge cada vez mais jovens

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Doença que mata uma pessoa a cada seis segundos

atinge cada vez mais jovens

 

O Acidente Vascular Cerebral tira a vida de 6,5 milhões de pessoas todos os anos, superando, somadas, as mortes por câncer de mama, Aids e dengue. Médico alerta que as primeiras 4h30 entre o início dos sintomas e o primeiro atendimento são cruciais para reduzir ou reverter danos

 

A importância da percepção nos primeiros sinais de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o rápido atendimento num pronto-socorro com o devido protocolo para o diagnóstico da doença, são fundamentais para a sobrevivência do paciente. Os sintomas das primeiras 4h30 após o AVC são de fundamental importância, segundo o coordenador de Cardiologia do Hospital Santa Lúcia, de Brasília, Lázaro Miranda. “É preciso ser breve, pois tempo é cérebro salvo ou perdido”, afirma.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, no mundo, o AVC já é a segunda maior causa de mortes de pessoas acima dos 60 anos. No entanto, o que tem chamado mesmo a atenção dos especialistas é que a doença também tem atingido cada vez mais a população jovem: é a 5ª maior causa de mortes provocadas na faixa dos 15 aos 59 anos. No Brasil, foram 13 mil óbitos de brasileiros entre 15 e 40 anos, nos últimos cinco anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

 

Para o cardiologista, o estresse pode ser um dos principais fatores para o aumento da doença entre a população mais jovem. “As comodidades como o uso constante do carro, do controle remoto e o fast food, por exemplo, também favorecem o agravamento dos riscos de AVC”, explica Miranda. Além disso, a hipertensão arterial, o colesterol elevado, o tabagismo e a diabetes também são considerados fatores de risco para o surgimento da doença.

 

Sintomas – Segundo o especialista, logo após o AVC, os sintomas podem variar, mas a perda de força repentina de um lado do corpo (boca torta, dificuldade para falar e/ou falta de equilíbrio) são alguns dos principais. “Uma dor de cabeça súbita e muito intensa também deve levantar suspeitas de um AVC hemorrágico, que atinge cerca de 10% dos casos”, explica.

 

O AVC hemorrágico é causado pelo rompimento do vaso sanguíneo, que provoca o vazamento de sangue no cérebro. Após o problema ser identificado no atendimento de urgência, a equipe médica deve avaliar a necessidade de uma neurocirurgia. Já o AVC isquêmico, que é o mais comum e ocorre em 90% dos casos, é causado pelo entupimento do vaso sanguíneo. “Vale lembrar que quem já teve AVC e foi salvo, tem 4 a 6 vezes mais risco de ter outro acidente vascular cerebral”, alerta o cardiologista.

 

Em todo o mundo, cerca de 25 milhões de pessoas que tiveram AVC e sobreviveram vivem com incapacidade permanente em consequência das sequelas provocadas pela doença. Todos os anos, 17 milhões de pessoas são atingidas pela enfermidade. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que, em 2015, mais de 228 mil internações no país foram motivadas pelo AVC e outras 100 mil não resistiram.  

 

Veja como reconhecer se alguém está tendo um AVC:

 

Abraço: peça para levantar os dois braços. Veja se um lado está fraco;

 

– Música: peça para cantar ou falar uma frase. Veja se a fala é anormal e se a pessoa entende o que você diz;

 

– Sorriso: peça para dar um sorriso. Veja se a boca está torta;

 

– Urgente: se você identificar qualquer um destes sinais, ligue com urgência para o SAMU (192), ou vá imediatamente para um hospital preparado para atender casos de AVC.