Atenção Básica e Estratégia Saúde da Família

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A Atenção Básica pode ser entendida como o primeiro nível de atenção, no qual são desenvolvidos ações e serviços voltados para a comunidade no âmbito individual e coletivo, possibilitando o acesso, resolubilidade e garantindo os princípios de universalidade, integralidade, equidade da atenção e participação da comunidade.

A Atenção Básica é pautada no objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. (BRASIL, 2012).  

Se engana quem caracteriza Atenção Básica/Primária como nível de atenção menos complexo ou inferior. Compreendida como “Porta de Entrada” do SUS, a Atenção Básica é a principal responsável pela promoção de saúde, enfrentamentos de vulnerabilidades e prevenção de agravos, bem como diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde.  Esta atua de forma fundamental na RAS, pois é responsável por encaminhar e acompanhar o usuário nos demais níveis de atenção, estabelecendo desta forma a co-responsabilização e o vínculo pelo usuário, como preconizam as Política Nacional de Atenção Básica e Política Nacional de Humanização.

Com intuito de que a Atenção Básica funcione de forma mais próxima ao usuário foram desenvolvidos programas, sendo o principal deles a Estratégia de Saúde da Família (ESF), uma ação fundamental para assistência integral em saúde, não sendo justo pensar de modo excludente em relação ao trabalho de quaisquer profissionais, pois a atenção à saúde só se fortalece no modo coletivo e complementar das ações e serviços. 

A ESF é uma solução da AB que hoje conta com equipes multiprofissionais que acompanham 51% da população brasileira. Mesmo com a efetividade da ESF nos locais que possuem cobertura, é notória a carga de dilemas e desafios da estratégia. A complexa rotina de trabalho na ESF frequentemente leva a interfaces conflitantes de atuação profissional, desgaste nas relações interpessoais e comprometimento do potencial ótimo de realização da atenção básica/primária à saúde. Assim, as soluções derivam de uma combinação de compreensão da realidade, de técnicas adequadas de solução de problemas (não apenas clínicos) e principalmente, de melhores processos de comunicação, tanto com a equipe quanto com os usuários e as RAS.

Para a verdadeira concretização da ESF na AB é imprescindível que a mesma seja valorizada pelos próprios membros e pelos que a utilizam, é preciso um exercício cotidiano de sensibilidade, de respeito, de capacidade, alteridade, flexibilidade e abertura, e acima de tudo, de deliberação e de compromisso com a vontade de mudar e fazer da Atenção Primária uma Atenção Prioritária!

 

Referências Bibliográficas:

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Humanização. Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Política Nacional de Humanização. – Brasília : Ministério da Saúde, 2010.