Aos 60 anos, homem com fissura palatal realiza cirurgia de reconstrução

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Eu, seu José e Miria, Secretária de SaúdeOlá! Sou fonoaudióloga no município de Rio dos Cedros SC, e no dia de hoje, tenho uma experiência incrível para compartilhar com vocês!
 
Em setembro de 2016, o Sr. José Antônio Machado, 59 anos, me procurou na UBS com um encaminhamento para realização de audiometria em mãos, devido a um histórico de otite recorrente no ouvido esquerdo. Na ocasião, a sua voz chamou muito a minha atenção, por ser de ressonância hipernasal.
 
Observei que no lábio superior havia uma cicatriz de cirurgia corretiva de fissura. Sem hesitar, perguntei a ele se tinha fissura de palato também. Ele respondeu que sim. Mais uma vez, questionei: “Mas o Sr. não fez cirurgia?”. E ele disse “não”. Pedi para olhar, e ele, muito gentil, abriu bem a boca e mostrou-me a dita cuja. Lá estava ela, a fissura transforame unilateral! Pensei comigo: “não é possível! Como ele fez a cirurgia de lábio, e de palato não?”.
 
(A cirurgia de lábio – queiloplastia – do seu José foi feita em Florianópolis SC, quando ele tinha 11 anos de idade).
 
Informei o seu José sobre os serviços de apoio aos pacientes fissurados que temos na região (Niaf e Centrinho), e imediatamente agendamos sua primeira consulta. Ele ficou maravilhado com a possibilidade de cirurgia!
 
Para encurtar a história, no dia 3 de maio desse ano, dois dias após seu José completar 60 anos de idade, ele realizou a tão sonhada cirurgia de reconstituição de palato. Alguns dias depois, conversamos um pouco, e ele disse: “Antes da cirurgia era muito diferente, agora melhorou 80%. A voz já mudou um pouco, antes eu falava rápido, agora tem que falar devagar. Para comer também mudou, está melhor. Até para respirar melhorou, para assoprar tem mais pressão. Eu espero que cada vez melhore mais. Eu to feliz, e agradeço por tudo que me fizeram. Meus filhos ficaram admirados, foi um sonho que se realizou depois de velho”.
 
A história do seu José marcou a minha vida. Me faz pensar no quanto o acolhimento e a humanização em saúde são importantes para o bem estar daqueles que nos procuram. É saber ouvir e enxergar o não dito, agir com EMPATIA e ajudar, mesmo que o outro não te peça nada!
 
 
Obs: A divulgação da imagem foi autorizada pelo paciente.