Como podemos melhorar a nossa prática? USF João Sampaio Maceió AL

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Coordenação, Trabalhadores e Usuários no primeiro diálogo sobre a PNH

Como podemos melhorar a nossa prática?

 

A Roda de conversas na USF João Sampaio aconteceu no dia 12 de Junho de 2019 (quarta-feira), das 10h10 até por volta das 11h30, na sala denominada, “sala dos agentes de saúde” e se fizeram presentes mais ativamente 11 participantes, sendo 3 usuárias, 7 trabalhadores e 01 coordenador administrativo,conforme lista de frequencia, fotos e contribuições orais colhidas durante este período.

Ficando sob nossa (Farmacêutico Rogério Café) atribuição a breve apresentação da PNH e do Grupo de Trabalho de Humanização (GTH), sobre a finalidade do tema da roda de conversa em si, a condução do processo e a coleta dos relatos dos que se voluntariaram contribuindo com suas impressões.

De início foi explicado que a PNH opera sob o princípio da transversalidade, e busca consolidar redes, vínculos e a co-responsabilização entre usuários, trabalhadores e gestores. Direcionando estratégias e métodos para articulação de ações, saberes, práticas e sujeitos, pode se efetivamente potencializar a garantia de atenção integral, resolutiva e humanizada.

Foi explicado que por humanização compreende-se a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo de produção de saúde. Os valores que norteiam essa Política são a autonomia e o protagonismo dos sujeitos, a co-responsabilidade entre eles, os vínculos solidários e a participação coletiva no processo de gestão.

E que Grupos de Trabalho de Humanização (GTH) são dispositivos criados pela Política Nacional de Humanização (PNH) para o Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de intervir na melhoria dos processos de trabalho e na qualidade da produção de saúde para todos. Que o GTH institui-se em qualquer instância do SUS e é integrado por pessoas interessadas em discutir os serviços prestados, a dinâmica das equipes de trabalho e as relações estabelecidas entre trabalhadores de saúde e usuários.

Que o GTH visa instituir uma “parada” e um “movimento” no cotidiano do trabalho para a realização de um processo de reflexão coletiva sobre o próprio trabalho, dentro de um espaço onde todos tenham o mesmo direito de dizer o que pensam, de criticar, de sugerir e propor mudanças no funcionamento dos serviços, na atenção aos usuários e nos modos de gestão.

Foram apresentadas as Cartilhas: “Diretriz Gestão Participativa”  e “Grupo de Trabalho de Humanização – GTH” e afirmado que a PNH não busca encontrar culpados. Foi solicitado ao coordenador local que tal reunião do GTH permita ser feita, uma vez ao mês para tratar de tal política, repensar o processo e melhorar os serviços como preconiza a política. E que tal reunião seja em separado do dia da reunião do conselho gestor (que atualmente não funciona), obedecendo um calendário mensal dentro do planejamento anula/ mensal da unidade. Em local que não sofra interferências de demandas da unidade e dos usuários, afim de que não sofram interrupções, sendo de preferencia no período da tarde das 13h as 16h ou das 14h as 17h.

Passando aos relatos, foram colhidas 07 contribuições, sendo o primeiro do coordenador administrativo Sr. Eugênio Mendes que em poucas palavras se comprometeu a ajudar  e solicitou a todos ajuda afim de entrosar o corpo técnico com o corpo administrativo buscando aplicar mecanismos que visem melhorar a união entre estes  aprofundando o relacionamento interpessoal.

Relato da usuária Iracema: destacou o imenso tamanho de terreno disponível no entorno da unidade e o pequeno tamanho da unidade de saúde. Falou sobre a falta de profissionais e pela própria limitação do PSF, pois o acesso dos serviços à comunidade é restrito e que o prefeito prometeu em sua campanha melhorar os serviços de saúde e o abastecimento de medicamentos. Que falta constantemente Losartana e Anlodipino falta há mais de 4 meses. Que não existe xarope para tosse e o tamanho da estrutura como um todo é muito pequena e inadequada.

Relato da usuária Nercy: Informa que antes tinha serviço de laboratório na unidade para realizar exames e que hoje não tem mais. Disse que o serviço de urgência e emergência da chã da jaqueira não atendem os moradores do joão sampaio, por serem usuários deste PSF. Que todas as receitas que vem de lá só vem em uma via e que para ter acesso a remédios precisam tirar xerox que custa caro, as receitas deveriam vir em duas vias. Reclamou que o PSF João Sampaio deveria ter médico de demanda para que o atendimento a comunidade fosse feito pela noite. Falou também sobre a falta de estrutura que deveria ter na unidade um auditório para realizar atividasdes como esta e as de educação em saúde e de prevenção, como palestras. Afirmou que o medicamento Anlodipino 5 mg e Losartana 50 Mg estavam faltando há mais de 5 meses e que isso deveria ser melhorado. Afirma que tomou fitoterápicos naturais por conta própria até devido a falta de medicamentos na unidade e que o salário de aposentada mal dá para comprar seus alimentos.

A enfermeira Daisy  afirmou que podemos melhorar a nossa prática exigindo um atendimento sem violência obstétrica nas maternidades com o respectivo apoio institucional da SMS/ AL, além do mais orientando e denunciando os atendimentos violentos nas maternidades, nas quais ocorrem casos de gestantes que sofrem de tais ações criminosas. Afirmou também que seria muito importante a realização de palestras sobre a lei do parto humanizado, sobre relacionamento interpessoal, valorização do trabalhador e sobre as atribuições dos profissionais para que outros servidores conheçam  as profissões (PSF).

As  ACS’S Gilvanise e Elaine trouxeram como contribuição que podemos melhorar a nossa prática reflexões que levando as diferenças entre as pessoas que devemos tratar da melhor forma possível, se colocando no lugar dos mesmos, tendo mais ética profissional, com relação ao trabalhador e usuário, bem como com o devido abastecimento pela administração com materiais de expediente e pela falta de medicamentos e acesso pelos usuários  de exames, consultas e internamentos.

O Farmacêutico Rogério Café destaca que há uma descaracterização da USF para uma UBS e muitas vezes para uma unidade de pronto atendimento, haja vista a falta de segurança, por não haver segurança ou guarda na unidade. Que o modelo de “Estado Mínimo” adotado pela administração, atrelado a falta de estrutura e de melhor uso dos recursos humanos, dimensões da farmácia é uma bomba relógio e que pode resultar de contextos de violência por parte dos usuários, onde também se verifica um contexto de vitimização de quem deseja atendimento ou as vezes deseja atendimento prioritário, colocando o trabalhador contra os colegas ou contra a própria administração, utilizando da opinião pública afim de conseguir a todo custo, usando muitas vezes do desacato para obter o que desejam. Ratifica que a falta de medicamentos varia em torno de 30-37%, que as dimensões da farmácia e da unidade não obdecem as normas vigentes, seja a porta ria 340 do Ministério da Saúde e a RDC 50/2002 da ANVISA.  Que irá tentar parceria com o CEREST municipal para tentar providenciar as capacitações na unidade.