Grupo de pesquisa da Fisioterapia atua na saúde da mulher gestante

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Há quatro anos, as professoras Ana Paula Rezende e Vanessa Baldon, do curso de Fisioterapia da UNiversidade Federal de Uberlândia (UFU), criaram o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Fisioterapia da Mulher (Nufism). Hoje as duas coordenam o grupo, que reúne 18 pessoas, entre alunos de graduação e pós-graduação, que pesquisam e estudam sobre a fisioterapia na saúde da mulher, mais precisamente, na área obstetrícia (ramo da medicina relacionado à reprodução feminina).

O grupo, desde 2013, passou por um aprimoramento na sua linha de estudos, que hoje engloba temas referentes a gestantes, principalmente sobre o assoalho pélvico, que é o períneo feminino, envolvendo a vagina, a uretra e o ânus.

O assoalho pélvico

Segundo Rezende, o parto normal geralmente é melhor, tanto para mãe quanto para o bebê, por se tratar de um procedimento natural, e as gestantes têm noção disso. Mas existe um temor em relação às consequências desse tipo de parto para o períneo feminino, principalmente no que se refere à deformação da vagina. “Têm estudos novos, bem recentes, mostrando que não é bem assim. O assoalho pélvico, como qualquer músculo esquelético, é passível de fortalecimento. Você vai na academia e fica forte. Se você fizer um alongamento, você fica flexível. Isso também vale pro assoalho. Ele pode ser forte, ele pode ser flexível”, explica a docente.

O Nufism tem trabalhado na área fisioterápica que envolve o assoalho pélvico, anterior e posteriormente ao parto. Rezende fica responsável pela reabilitação, quando se tem problemas no períneo. Já Baldon, a outra coordenadora, trabalha na prevenção. “Este é um trabalho pioneiro em Uberlândia de preparação de períneo pro parto, que visa mostrar para as mulheres, auxiliá-las a preparar este períneo de uma maneira natural, para que não tenha lesão”, completa Rezende.

Para realização da prevenção e reabilitação, o grupo recebe gestantes de várias partes de Uberlândia. Elas são encaminhadas do ambulatório de ginecologia do Hospital de Clínicas de Uberlândia (HCU/UFU), e também por meio de divulgações através de mídias sociais, como Facebook e Instagram. O grupo coleta dados dessas pacientes para as pesquisas científicas.

Resultados

“Avaliamos por meio de questionários, comparando a função sexual entre com mulheres gestante e não-gestantes. Observou-se que a mulher gestante tem a função sexual diminuída, algo que todo mundo já sabia, mas não tinha nada comprovado”, afirmou Rezende.

Foram 154 mulheres participantes da pesquisa. O grupo de mulheres com função sexual diminuída foi composto por 46 gestantes (62,1%) e 28 não gestantes (37,9%). Já o grupo de mulheres sem disfunção foi formado por 30 gestantes (37,5%) e 50 nuligestas, ou seja, que nunca engravidaram (62,5%).

O grupo publicou um estudo sobre o assoalho pélvico em diferentes trimestres da gestação, no qual se percebeu que, no final da gestação, a força muscular do períneo é mais fraca do que no ínicio. Segundo Rezende, o estudo foi importante para mostrar que a mulher precisa de atendimento nesta área e ter consciência de que o músculo precisa se fortalecer para que não haja complicações futuras.

Extensão

O grupo, além de pesquisa, atua também na extensão. São dois outros projetos que envolvem mulheres com incontinência urinária de esforço, que é a perda de urina quando tosse, espirra ou faz algum tipo de força. “Isso pro sexo masculino é muito distante, mas pras mulheres é uma realidade muito comum. Embora não seja normal, é comum”, ressalta Rezende.

Alunos de graduação do curso de Fisioterapia, como forma de estágio, atendem mulheres que querem fazer pilates para o fortalecimento do assoalho pélvico e exercícios que envolvem esta região e também o abdômen. “Alguns dados são usados para pesquisa. A mulher é bem-vinda em participar do projeto, mesmo não fazendo parte dos nossos critérios. Se ela concordar, se ela permitir, a gente usa os dados”, diz Rezende.

Serviço

O Nufism oferece gratuitamente exercícios perineais associados ao pilates nos aparelhos e exercícios hipopressivos. Para se inscrever é preciso ser do sexo feminino; caso tenha pressão alta ou diabetes, elas precisam estar sob controle; não apresentar doenças neurológicas ou degenerativas.

As inscrições devem ser feitas pelo e-mail: [email protected] ou pelo Whatsapp (34) 98887-0480.

Fonte: https://www.comunica.ufu.br/noticia/2018/02/grupo-de-pesquisa-da-fisioterapia-atua-na-saude-da-mulher-gestante