Humanização: Gerenciamento dos RSS dentro das práticas de Biossegurança

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Autoria:

Isabelle Cristina de Oliveira Vieira– Cirurgiã-Dentista e discente da disciplina de Humanização da Saúde do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da FAMED/UFAL. Trabalha na Vigilância Sanitária de Maceió e é Preceptora da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL).

Paulyne Souza Silva Guimarães- Enfermeira e discente da disciplina de Humanização da Saúde do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde da FAMED/UFAL. Trabalha no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes – HUPAA/UFAL e na Maternidade Escola Santa Mônica.

Coordenadores da disciplina de Humanização da Saúde do MPES-FAMED/UFAL: Sérgio Seiji Aragaki e Cristina Camelo de Azevedo.

Dando seguimento a proposta da disciplina, o segundo ciclo de roda de conversa aconteceu em 24 de maio do corrente ano junto aos 34 (trinta e quatro) residentes presentes da Residência Multiprofissional em Saúde da UFAL e uma Enfermeira, responsável pela supervisão do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde/PGRSS do HUPAA. Os residentes que compareceram são graduados em Enfermagem, Psicologia, Farmácia, Serviço Social e Nutrição. A roda foi realizada na sala do Mestrado da FAMED/UFAL.

Nessa roda de conversa, buscou-se fomentar o sentido da humanização na saúde numa perspectiva mais ampliada, refletindo sobre as práticas de biossegurança, em especial os Resíduos de Serviços de Saúde/RSS gerados no âmbito hospitalar, o qual é o cenário de prática desses residentes. Assim, provocamos um diálogo horizontalizado e compartilhado quanto às atividades que geram resíduos; a responsabilidade de quem gerou; à elaboração e gerenciamento do PGRSS dentro das normas de biossegurança; responsabilidade técnica do PGRSS e os impactos dos RSS para a sociedade. 

A maioria dos residentes apontaram algumas fragilidades, como desconhecimento do tema e suas implicações; desconhecimento acerca do PGRSS; não souberam atribuir a responsabilidade técnica; insegurança nas etapas de gerenciamento; falta de informação sobre as leis que regulamentam boas práticas; conhecimento parcial acerca da classificação e simbologia dos RSS, entre outros.

Atualmente discute-se a necessidade de humanizar o cuidado, a assistência, a relação dos usuários com o serviço de saúde, contudo pode-se inferir através das falas que o SUS enfrenta outros desafios, dentre eles uma lacuna no processo de formação a respeito do conteúdo RSS e seus impactos para saúde humana e ambiental.

Ressalte-se que quando não é dada importância ao gerenciamento correto dos resíduos, são vários os danos decorrentes, como, por exemplo, a contaminação do meio ambiente, acidentes de trabalho envolvendo profissionais da área de Saúde, da limpeza pública e catadores, além da propagação de doenças para a população em geral, por contato direto ou indireto, por meio de vetores. (MACEDO et al., 2007 apud GOMES et al., 2014, p. 447).

Desse modo, o SUS propõe criar condições de vida e ambientes mais saudáveis para os trabalhadores e equipes de saúde e para isso se faz necessário a inserção da abordagem interdisciplinar e interprofissional do tema nos cursos de graduação e pós-graduação com o intuito desenvolver maior conscientização e corresponsabilidade dos futuros profissionais da saúde acerca do gerenciamento dos RSS dentro das práticas de biossegurança,  garantindo assim,  à preservação da saúde laboral, pública  e  ambiental.

Após a roda foi realizada uma pequena explanação em slides sobre as Resoluções (ANVISA n° 222/2018 e CONAMA n° 306/04) que regulamentam as boas práticas de gerenciamento, classificação e correta segregação dos RSS, além da retirada de dúvidas e a sobreposição da PNH como instrumento vital e fundamental para a viabilização do SUS.

Referências

GOMES, L. C. et al. Biossegurança e resíduos de serviços de saúde no cotidiano acadêmico. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada: Journal of Basic and Applied Pharmaceutical Sciences, Curitiba, v. 3, n. 35, p.443-450, ago. 2014.