OFICINA PARA CONSTRUIR O FLUXOGRAMA ANALISADOR DO PROCESSO DE TRABALHO.

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OFICINA PARA CONSTRUIR O FLUXOGRAMA ANALISADOR DO PROCESSO DE TRABALHO.

(Realizada no dia 15/08/2019 na USF João Sampaio.)

OBJETIVO: Obter a narrativa do processo de trabalho para construir o fluxograma da unidade, centrado no usuário e romper com o “processo naturalizado”, o antigo institucionalizado.

1-     Apresentar o vídeo de Túlio Franco sobre o FLUXOGRAMA ANALISADOR para todos presentes;

2-     Apresentar o trabalho do serviço de farmácia conforme calendário mensal (disposto na parede da farmácia);

3-     Apresentar a minha narrativa com relação ao que vejo com relação ao que eu faço e poderia fazer e como eu vejo os demais colegas;

4-     Colher as narrativas (frustrações, dificuldades, estratégias para conseguir instituir o processo de trabalho) dos colegas para construir o processo de trabalho conjunto e a contribuição de cada um (auto análise) no processo de trabalho;

5-     Destacar que quando o Túlio fala sobre o método de cada um fazer do seu modo não implica em romper com a corresponsabilização de cada um prevista na PNH e associar o contexto necessário de trabalhar a Clínica Ampliada e retomar do início a necessidade do GT para fins de trabalhar de modo efetivo reapresentando o que é a PNH para todos, retomando as apresentações sobre a PNH desde o início solicitando a participação efetiva de todos na leitura das cartilhas e vídeos para fins de aplicação prática;

Após a apresentação do vídeo para os participantes presentes, para fins de construção do fluxograma analisador como ferramenta meio e logo após a apresentação do item 2 supra, tendo também como objetivo animar e motivar o time, passo a fazer as minhas considerações acerca do processo de trabalho:

A falta de um planejamento institucionalizado, sob forma de quadros com as ações em local fixo que possamos consultar e que possamos acrescentar com nossas colaborações e de uma pessoa como referência para articular as atividades conjuntas para a comunidade, sejam as anuais, semestrais, mensais e diárias, aliadas as precárias condições de trabalho, parece ter gerado “seres automatizados”, logo, “serviços automatizados”, “profissionais automatizados”. Destaque para a necessidade do vínculo com o usuário.

Faz-se necessário o maior entendimento e proatividade dos colegas para fins de produzir capacitações para os demais colegas sobre temas pertinentes, como os já sugeridos anteriormente, sob forma de palestras, inclusive maiores detalhamentos sob formas de palestras ou rodas de conversas, sejam: escuta qualificada, clínica ampliada, PTS, assédio moral, leis relacionadas ao serviço público, como a lei 13460, a lei da desburocratização, casos clínicos entre outros temas que possam ser sugeridos.

A falta de ações da coordenação de educação permanente da SMS na USF João Sampaio, do CEREST e do RH da SMS, além de mecanismos de recompensa para adesão de todos da equipe e para capacitação dos servidores é fator que convém ser destacado e pode ser útil nesse sentido para fins de reflexão.

Percebe-se também uma partidarização política muito forte de níveis hierárquicos superiores, inclusive da SMS que muitos entes da equipe tem percebido, se confundido ou mal interpretado, onde alguns tem buscado divergir até para se eximir de algumas responsabilidades, isso tem afetado a muitos e diminuído o espírito/ sentimento de grupo.

Sobre as condições de trabalho, tratando da ambiência nesse sentido, sinto-me desprestigiado com a falta de muitos medicamentos constante e as queixas de pacientes sobre tal fato. Culpa que sempre está sendo atribuída aos integrantes da farmácia e nada tem sido feito para se resolver nesse sentido. O efetivo da farmácia ficou muito reduzido e as atribuições acumuladas não havendo possibilidades de ser construídos os indicadores mínimos e os para a qualidade do serviço de farmácia. As atribuições clínicas do farmacêutico não são realizadas diante de tamanha burocracia e atividades administrativas a ser desenvolvidas como prioridade. As dimensões da farmácia são incompatíveis com as normas do ministério da saúde e ANVISA vigentes. Não se verifica uma colaboração por parte da equipe como um todo para orientar aos usuários sobre o dia de fechamento da farmácia para fins de elaboração dos mapas mensais, nem para o dia de recebimento, conferência e guarda dos mesmos no dia de recebimento, com o devido encaminhamento dos pacientes para buscar em outras unidades e ou antecipação para a busca em dias que não gerem tais conflitos. Bem como a antecipação de pedidos internos para os setores. A sala de espera em frente a farmácia e a recepção é um ambiente bastante ruidoso que gera um estresse e desgaste para os que trabalham nesses setores. Pedidos de silêncio quase não surtem efeito o que gera desagrados, inquietação e tormentas dentro da unidade.

A falta de uma segurança armado na unidade gera insegurança e o argumento que a guarda municipal só vem na unidade afim de assegurar a proteção do patrimônio não levando em conta a segurança dos trabalhadores, é um fator que parece afetar a todos e gera um sentimento de abandono e insegurança. Não se verifica a aplicação do princípio do coleguismo entre os colegas de trabalho para se evitar casos de desacatos por parte dos usuários, inclusive ouve-se comentários de desacatos até entre alguns colegas de trabalho. Ouve-se também rumores de fofocas entre os colegas que tentam desenvolver ações e alguns são taxados que querem desempenhar ações além de suas competências o que tem gerado mais conversas conflituosas, gerando isolamento e segregação. Percebe-se a presença constante de membros e diretores de sindicatos nesta unidade que não têm demonstrado interesses em resolver reivindicações de interesses coletivos de fato como questões estruturais do prédio e nem em favor de políticas para o benefício coletivo.

Pergunto: nesse momento esse GT parece já estar preparado e ter compreendido a PNH como deveria? Deveria o GT ser preparado primeiro ou ser capacitado concomitante ao usuário? Para nossa própria preservação.

Considerando que:

1-Devemos reconhecer o fluxograma analisador como ferramenta de trabalho, devemos reconhecer primeiro o papel de cada um no processo de trabalho, as relações com o usuário, as relações com a equipe, com a comunidade e com a gestão, partem as seguintes perguntas a ser respondidas pelos presentes:

O que os colegas fazem?

O que incomoda a equipe?

Como analisamos o processo de trabalho?

Como eu analiso o meu trabalho dentro da equipe?

Quais os mecanismos criados para verificar o tempo de espera e o nível de satisfação?

Considerando que:

2-O foco deve ser o usuário. Surgem outras perguntas:

Qual o percurso que o usuário faz?

Como podemos diminuir tamanho sofrimento e peregrinação?

E por fim, considerando:

3- a necessidade de construir efetivamente o fluxograma com a equipe, relacionando as condições de ambiência, destaque para:

Como o usuário pode intervir/ser orientado a se inserir e participar para as melhorias dos serviços que realizamos?

Como podemos apresentar a rede de saúde de nossa região administrativa para o usuário?

Por fim, verifica-se que a USF João Sampaio, implementando a ferramenta Fluxograma Descritor apresentada no vídeo do Professor Túlio Franco, nitidamente irá contribuir para definição das linhas de cuidado nesta unidade de saúde.

As contribuições dos demais colegas serão divulgadas posteriormente após a reunião no dia de hoje.