Redes de Atenção à Saúde Indígena: Uma reflexão sobre saberes e práticas em saúde

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            Pensar e trabalhar com Saúde Indígena traz questionamentos e necessidades diferenciadas das regularmente enfrentadas por nossas redes de serviços no SUS. O atendimento a esses povos traz consigo a marca da historicidade de suas lutas e conquistas no âmbito da aquisição de direitos.

           Nosso Estado acumulou marcas de práticas colonizadoras e de extermínio das diferenças, de políticas de tutela, quando esses povos eram retirados da posição de protagonistas de seus próprios direitos e vinculados a órgãos públicos que deveriam defender seus interesses sob um modelo homogeneizante e desumanizado Apenas com a constituição de 1988, passamos a dar maior visibilidade e responsabilizar, também, o estado pelo cuidado a essas populações, em uma perspectiva de respeito às diferenças e reconhecimento das etnicidades.

          Mesmo assim, ao nos depararmos com a forma como o SUS foi concebido e tem se desenvolvido, percebemos, na forma como a Política Nacional de Atenção aos Povos Indígenas vem sendo costurada aos SUS, lacunas permeadas de desencontros e paradoxos que vêm influenciando diretamente a atenção a esses povos.

          Com um histórico atravessado pela necessidade de luta constante por direitos e reconhecimento, indígenas não Aldeados marcaram com disputas e enfrentamento político sua relação com as sociedades nos territórios onde vivem. Seja pela busca da reconquista de territórios historicamente indígenas sobrepostos, atualmente, por áreas urbanas ou agrárias, seja pela preservação de sua cultura ou acesso a direitos de cidadania, essa relação trincada trouxe muitas consequências, ao longo dos anos, à assistência desses povos.

         Por essa razão, a operacionalização da programação do projeto de pesquisa da comissão técnica do Distrito Sanitário Especial Indígena – DSEI – pi, “o Piauí tem índio sim”,  das políticas e da implementação da atenção à saúde indígena, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), tornou-se pauta e discussão presente no  dia a dia de quem atende essas populações.

 

Hospital Chagas Rodrigues (HRCR) saúda a todos os remanescentes indígenas do Piauí.