RELAÇÕES TRABALHO SAÚDE E DOENÇA DO TRABALHADOR

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Conceitos básicos e as práticas do campo ou área temática da Saúde do Trabalhador (ST) na saúde coletiva suas transformações do mundo do trabalho e suas consequências sobre os processos produtivos e o perfil dos trabalhadores,como vivem e de que adoecem e morrem os trabalhadores brasileiros.
Organizador da vida social e busca transformar os processos produtivos e torná-los promotores de saúde e não de adoecimento e morte.
   A construção da ST tem como principal característica a trazer discussão da contribuição do trabalho determinantes das condições de vida e saúde para o âmbito da Saúde Coletiva.
   No campo da ST o confronto entre capital e trabalho que permeia as práticas das organizações sindicais a atuação dos profissionais responsáveis pelo cuidado dos trabalhadores nos serviços de saúde e em outros espaços institucionais
   A rede pública do serviço de saúde no cuidado dos trabalhadores busca prevenir os problemas que impedem ou dificultam o trabalhador de trabalhar, promover a saúde e empoderar os trabalhadores de modo a assegurar melhores condições de trabalho.
   A concepção de que na construção da realidade social os agentes enfrentam e lutam para impor seus interesses e pontos de vistas que são determinados pela posição que ocupam no que pretendem transformar .
   No século XIX, quando o pai  deixa de ser apenas produtor e exportador de matérias-primas se tem início a industrialização, nesse momento o perfil do trabalho era caracterizado por jornadas extensas péssimas condições de trabalho e quase nenhuma regulamentação das relações entre empregadores e trabalhadores,  a partir da segunda guerra mundial foi acompanhada da ampliação das lutas dos trabalhadores organizados em sindicatos por melhores condições de vida e de trabalho e maior regulamentação das condições laborais e das políticas de proteção social por parte do estado.
   A introdução de novas tecnologias com automação de processos da informatização e de novos modelos de gerenciamento da força de trabalho reestruturando a produção a manter o antigo modelo fixado no interior da fábrica limitada por paredes rígidas sobre vigilância direta pode-se dizer que o trabalho hoje caracteriza-se pela intensificação com alta demanda/exigência e pouca autonomia/controle pelo trabalhador.
   O caráter crônico das doenças é geralmente o mais evidenciado, sendo, entretanto, de difícil comprovação, surge a fadiga industrial decorrente da automatização do trabalho, monotonia, ritmo excessivo, parcelamento de funções, não valorização da capacidade entre outras.
   A grande exposição de agentes físicos e psicológicos a  esforço de sistematização dos vários aspectos do trabalho que determinam a qualidade de vida do trabalhador ,estes fatores se agregam indissoluvelmente produzindo efeitos mortais, lesivos e irrecuperáveis.
Doenças relacionadas com trabalho é importante para o planejamento das ações de prevenção um desafio maior é identificação dos efeitos de longo prazo e suas causas, assim o perfil de adoecimento e morte dos trabalhadores resulta da articulação entre os fatores de risco aos quais se expõe, agravos nos quais o trabalho é provocador de um distúrbio latente ou agravador de uma doença ou distúrbio preexistente de mortalidade específica por decorrência de trabalho condições de segurança presentes nos ambientes de trabalho os riscos decorrentes da ocupação e da atividade econômica exercida.

ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DOS TRABALHADORES NO SUS

   Perspectiva a promoção de ambientes e processos de trabalho saudáveis o fortalecimento da vigilância de ambientes de trabalho e de agravos relacionados ao trabalho assistência integral à saúde dos trabalhadores incluindo a reabilitação física e psicossocial são indissociáveis, ações são baseadas na compreensão da determinação no processo saúde-doença reconhecer o trabalho como oportunidade de saúde considerando que a doença não é inerente a ele.

  As ações de Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat)a antecipar e prevenir os danos para saúde a partir de mudanças nos processos de trabalho e da orientação e proteção dos trabalhadores (Vasconcelos & Ribeiro, 1995).

   Exige se mudanças nos processos de trabalho em saúde e no modelo de atenção com ênfase na atuação multiprofissional e interdisciplinar e adequação e ampliação da capacidade institucional envolvendo a participação dos trabalhadores enquanto sujeitos das ações da saúde e a resolutividade dos problemas em todos os pontos de atenção da rede de saúde associada às ações Inter setoriais.
   De acordo com o Decreto 7.508/11, a garantia de acesso Universal e igualitário e ordenado às ações e Serviços de Saúde se inicia pelas portas de entrada do SUS e se completa na rede regionalizada e hierarquizada de acordo com a complexidade do serviço constituem a Rede de Atenção a Saúde (RAS).
   O processo amplia e fortalece a Rede Nacional de Atenção Integral à saúde do trabalhador (Renast) se estendendo na rede de cuidado: urgência/emergência, uma rede nacional de informação e práticas estruturadas nos serviços públicos de saúde com propósito de implementar ações assistenciais de vigilância de promoção de saúde do trabalhador no SUS.
   A vigilância em saúde do trabalhador tem dois objetivos básicos interligados: oferecer serviços assistenciais, sobretudo para os portadores de doença do trabalho e implementar ações de intervenção nos ambientes de trabalho para controle de fatores de risco (Costa et al., 1989, Machado, 1996).
   O trabalhador era visto como sujeito ator social e não meramente enquanto um objeto de ação com a criação do SUS em 1988 passou a ser sua atribuição executar ações de saúde do trabalhador e entre as quais se inseriam de vigilância epidemiológica e sanitária (Brasil, 2004a). Este é o marco institucional importante para a saúde do trabalhador uma vez que assistência dos trabalhadores formais se deslocam do setor previdenciário para o âmbito do setor saúde e este passa também executar ações de vigilância nos ambientes do trabalho de forma concorrente com Ministério do Trabalho.

PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL EM SAÚDE DO TRABALHADOR

   Para tanto, o controle social compreende uma forma de ação regulamentar, resultante da participação popular nas instâncias estatais e ações governamentais assegurando que as políticas públicas sejam planejadas de modo que responda às necessidades sociais de cada trabalhador e que tais programas e direitos sejam respeitados ou executados.
   O controle social exerce um importante papel em relação à saúde do trabalhador, por meio dele, se materializa conselhos e conferências de saúde.
   O processo saúde-doença dos grupos humanos e sua relação com o trabalho se constitui no objeto do campo da Saúde do Trabalhador, dentro de um determinado contexto histórico, onde o papel dos trabalhadores é fundamental na produção de conhecimento a respeito desse processo, por meio da necessidade de promover um maior controle sobre as situações trabalhistas e sociais dos trabalhadores em nível nacional, surgiu a necessidade da realização de ações de controle social como forma de enfrentar os agravos à saúde decorrentes do trabalho.

Deste modo, a Saúde do Trabalhador, ao compreender o trabalho como espaço de submissão e dominação do trabalhador pelo capital, mas também de resistência e luta por melhores condições de vida e trabalho, busca entender o processo de adoecimento ao qual estão submetidos os trabalhadores (Mendes & Dias, 1991).

   O trabalho é decorrente das necessidades do ser humano, relacionado à reprodução e à sobrevivência do corpo biológico, este ser humano, por se constituir em um ser social, precisa atender a uma série de necessidades para viver.
   O trabalho é como processo e construção relativamente recente sua formulação é decorrente da teoria marxista, a qual vê o trabalho como transformação da matéria pela mão do ser humano, em um continuo um dinâmico no qual ambos sofrem.

 

Texto livro: Tratado de Saúde Coletiva 2° Edição