Roda de conversa no IML – discutindo a violência contra a mulher
“Atividade da disciplina de Humanização e Formação em Saúde”, do Mestrado Profissional de Ensino na Saúde, da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Alagoas.
Discente: Diogo Nilo Miranda Borba; Docentes: Prof. Dr. Sérgio Aragaki, Profa. Dra. Cristina Camelo, Ms. Everson Melo, Ms. Luzia Prata.
No dia 05 de junho de 2019, realizamos uma roda de conversa com alunos do 8º Período do curso de Medicina da Universidade Tiradentes em Maceió, Alagoas. A roda foi realizada dentro do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, em Maceió- AL. Foi feito o convite de forma verbal e participaram 27 estudantes.
Seguindo a metodologia de trabalho, a roda foi sistematizada em 3 etapas: aquecimento, desenvolvimento e desaquecimento.
No aquecimento, foi apresentada a metodologia esclarecendo o grupo sobre o espaço de diálogo colaborativo da roda de conversa.
A conversa foi iniciada por uma breve apresentação e pela escolha do tema que seria abordado. A violência contra a mulher foi escolhido de prontidão.
Durante o desenvolvimento os participantes citaram diferentes exemplos do cotidiano que remete a violência doméstica e sexual contra a mulher. Houve uma discussão conceitual referente a a rede local de assistência a essa mulher vítima de violência e a importância dessa política dentro da assistência a saúde. Reflexões sobre o impacto cultural e social do machismo foram evidenciadas em diversas falas.
Como facilitador, trouxe algumas diretrizes encontradas na PNH: durante a discussão da rede de atenção às vítimas de violência doméstica abordei que acolhimento deve ser construído de forma coletiva, e que tem como objetivo “garantir atenção integral, resolutiva e responsável por meio do acionamento/articulação das redes internas dos serviços (visando à horizontalidade do cuidado) e redes externas, com outros serviços de saúde, para continuidade da assistência quando necessário.” (BRASIL, p. 51, 2010).
Por fim, se deu o desaquecimento com uma avaliação positiva sobre o momento e pactuação de novos encontros utilizando a metodologia.
A experiencia com a roda de conversa sistematizada corroborou com a eficiência do método discutido em sala de aula, trazendo a participação ativa e colaborativa dos participantes como protagonismo no processo de aprendizagem.
Referência:
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. HumanizaSUS: Documento base para gestores e trabalhadores do SUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização.– 4. ed. 4. reimp. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010.
Por Sérgio Aragaki
Muito importante o ensino se produzir a partir da necessidade dos/das estudantes e que bom que quiseram tratar de tema tão relevante e difícil: a violência contra a mulher. Muitas violências estão banalizadas, naturalizadas e, infelizmente e muitas vezes, são ensinadas como se fizessem parte do trabalho em saúde. Refletir a respeito disso, identificar os problemas e articular mudanças nas práticas são fundamentais para produzir a saúde e também a formação que tanto desejamos e necessitamos.