Rodas de conversas humanizadas – SUS. Um exemplo a ser seguido.

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“A população aqui da região enfrenta muita dificuldade e percebemos que 40% dos casos que os usuários traziam à unidade não diziam respeito a nenhuma patologia específica, mas a uma necessidade de orientação, desabafo, suporte. Chegamos então à conclusão de que grande parte desses casos dizia respeito a questões de saúde mental”, conta Marenilce Mezzomo, técnica de enfermagem que integra a equipe fixa da USF da Vila Pasa, da pequena cidade paranaense de Matêlandia que tem 16 mil habitantes.

Nesta USF foi dado um passo além do trabalho costumeiro de uma unidade básica de saúde: ampliou sua equipe, acionando assistentes sociais e psicólogos, apostou em iniciativas complementares à rotina de prevenção e promoção de saúde. O projeto “Rodas de Conversa em Saúde” foi uma das estratégias adotadas, a partir da necessidade de dar resposta à demandas e a saúde mental, as rodas seriam um espaços de escuta ao usuário, de acolhimento e estabelecimento de vínculo, assim como uma estratégia de desmistificação da função do psicólogo.

Os primeiros resultados observados foram a melhora da autoestima, autonomia dos usuários envolvidos e difusão de práticas saudáveis são alguns dos produtos das rodas. Os bons frutos também se traduziram em índices como a redução do fluxo de usuários e do consumo de medicamentos em 50%.

“O que tem se buscado é resgatar o atendimento ao usuário como um conceito mais amplo”, resume a técnica em enfermagem Marenilce Mezzomo, da USF Vila Pasa. “Aqui o paciente é visto como um todo. Não basta que a gente atenda bem ao paciente na unidade, é preciso   descobrir o que o levou a desenvolver uma determinada patologia e saber o que acontece quando ele volta pra casa”.

Autor: Douglas E. Rodrigues

Introdução à Psicologia da Saúde IV Semestre.

Resenha  sobre a reportagem: Pequena Notável. Cadernos HumanizaSUS, volume 2 – Atenção Básica. Página 248.