DIA MUNDIAL DA PREMATURIDADE NA UTI NEONATAL DO HRS

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Angela Morais 20/11/2017

Dia 17 de novembro é o Dia Mundial da Prematuridade. Não é uma data para ser comemorada, afinal, ninguém deveria nascer antes da hora. Sabemos o quanto é dura a luta dos pequenos bebês que nascem prematuramente. Sabemos às dificuldades e riscos a que estão sujeitos para completar, de modo artificial, o que naturalmente não foi possível por alguma razão específica.

Portanto, esta data é dedicada à reflexão e à conscientização acerca das causas evitáveis de parto prematuro, bem como da importância do pré-natal de qualidade e da estrutura disponível para tratar desses bebês nos sistemas de saúde. Quanto mais prematuro, maior a necessidade de aporte tecnológico, medicamentoso e de equipes de assistência qualificadas, competentes e comprometidas com a sobrevida e com a qualidade de vida futura dessas crianças e de suas famílias.

Como maneira de atentar para tais questões, a equipe da UTI Neonatal do Hospital Regional do Sudoeste (HRS), de Francisco Beltrão-PR celebrou o Dia da Prematuridade decorando o hall de entrada da unidade, com artefatos produzidos pelas mães dos bebês a partir de técnicas de artesanato, desenvolvidas nos encontros que são realizados semanalmente com as mesmas. Nos encontros promovidos pela enfermeira responsável pela UTI Neonatal e pela psicóloga do setor, com o eventual apoio de voluntários, as mães se reúnem para realizar alguma atividade manual. Trata-se de um momento de descontração, troca de experiências, esclarecimento de dúvidas e apoio mútuo. O artigos criados por elas são utilizados na decoração da entrada da unidade em datas comemorativas como Natal, Ano Novo, Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, dos Pais, Dia das Crianças e Mês da Prematuridade. De modo geral, as mães participantes desses momentos se sentem acolhidas e valorizadas no processo de tratamento dos filhos, uma vez que sua presença familiar e, sobretudo materna, é intensamente estimulada pela equipe por produzir um efeito afetivo muito terapêutico nos bebês.

Além disso, no dia 17, a equipe preparou um porta-retrato com o pezinho de cada bebê carimbado e um cupcake roxo (cor que simboliza a prematuridade) e entregou aos pais após o boletim médico da tarde. Numa breve reflexão, oportunizamos sensibiliza-los para a importância da data, mundialmente reconhecida como o dia dedicado a esses pequenos grandes guerreiros que muito nos ensinam sobre coragem, força e amor.

Ainda em alusão ao Mês da Prematuridade, no próximo dia 22 de novembro será promovido o “IV Encontro Multidisciplinar da UTI Neonatal”, voltado para profissionais e estudantes da área da saúde. Com a temática “Incidentes e eventos adversos em UTI Neonatal” a equipe da unidade, única numa regional de saúde de 27 municípios, visa alertar sobre a necessidade de evitar ou reduzir o máximo possível esses incidentes e eventos, tendo em vista o desenvolvimento global da criança. Tais compromissos devem nortear o trabalho das equipes de saúde, desde o pré-natal até a assistência neonatal, permeando todas as instâncias de atenção.

Dia da Prematuridade: data para refletir, para reafirmar nossa responsabilidade enquanto profissionais e também dia de celebrar a vida desses pequeninos que aprendem, desde muito cedo, a lutar pela vida. Às duras e lindas trajetórias de vida marcadas pela prematuridade, o nosso mais profundo respeito, carinho e admiração!

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5 Comentários

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Por Emilia Alves de Sousa

20/11/2017 às 10:24 am.

Oi Ângela,
Amei a sua postagem!
Não sabia da existência da data do Dia Mundial da Prematuridade. Achei muito importante e necessária. Embora nenhum familiar queira celebrar a data, mas é importante a sua existência para que os profissionais/gestores de saúde tenham a possibilidade de refletir sobre a questão e analisem as suas causas/implicações, e busquem formas de intervenções e de melhor acolhida aos bebês, pais e rede social na UTI.
Achei super legal também a proposta do IV Encontro Multidisciplinar da UTI Neonatal. Você pode falar um pouco mais sobre ele? Trabalho num Hospital infantil e muito me interessa esse evento.
Aliás, sugiro a publicação de uma postagem trazendo informações sobre o encontro. O que acha?
Quanto as imagens, elas falam por si só! Existe um recurso na publicação do post para o destaque da imagem. Ela fica centralizada. Assim facilita a publicação do post no carrossel da Rede. O que acha de destacar uma das imagens no texto?
Grata pela publicação!
AbraSUS!
Emília

Por Angela Morais

16/12/2017 às 8:26 am.

Querida Emília…

De todo o coração, peço desculpas pela demora em responder seu comentário… Dias corridos, de intenso trabalho! Agradeço suas palavras, sempre tão estimulantes e encorajadoras. 🙂

Que bom que você gostou da ideia dos encontros multidisciplinares. Segui sua sugestão e escrevi um textinho com maiores detalhes e postarei na sequência. Realizamos muitos trabalhos que reportam diretamente à política de humanização, mas acabamos não socializando, o que é lamentável… Vivemos numa região distante dos grandes centros, nossa rotina de trabalho é intensa e as ações de humanização, ainda, isoladas, infelizmente. Trabalhamos incansavelmente para uma mudança de cultura local e regional, as dificuldades e os desafios são muitos, mas não a ponto de nos desanimar. Por isso, agora que estamos construindo a Comissão de Humanização do hospital ganhamos força e representatividade, tanto que me sinto impelida a, cada vez mais, compartilhar as nossas experiências de um SUS que dá certo. E agradeço muito pelo incentivo!

Não tenho muita habilidade, ainda, com a plataforma, mas tentarei utilizar o recurso de destaque das fotos… rsrsrs… valeu a dica!

AbraSUS carinhosos,
Angela

Por Maria Luiza Carrilho Sardenberg

20/11/2017 às 6:56 pm.

Bem vinda Ângela e toda essa equipe que recebe e testemunha a força de perseverar em ser que estes pequenos nos ensinam. Minha total ignorância sobre os cuidados necessários a estes bebês e uma coisa que ouvia no passado produzem um paradoxo: ouvi que a prematuridade é ultrapassada por um rápido desenvolvimento e recuperação de um suposto tempo perdido em relação a outros bebês. Vocês acham que isto procede ou é algo sem sentido?

abraSUS!

Por Angela Morais

16/12/2017 às 8:46 am.

Olá querida Maria Luiza!

Peço perdão pela demora em responder seu comentário! Dias muito corridos… :/

Agradeço, de coração, sua acolhida carinhosa e seu interesse em discutir as múltiplas possibilidades de desenvolvimento dos nossos pequenos guerreiros!

O que percebemos, pela nossa prática diária com o tratamento e acompanhamento de bebês prematuros é que o princípio da singularidade prevalece.
Geralmente, a prematuridade, por si só, não determina o desenvolvimento subsequente do recém-nascido, mas sim as dificuldades que este pode vir a encontrar no processo de adaptação ao ambiente extra-útero. Quanto menor a idade gestacional ao nascimento, maior a probabilidade de dificuldades nesse processo. Quanto mais dificuldades o bebê tiver que enfrentar, maiores as chances de sequelas que podem comprometer seu desenvolvimento futuro.
Existem casos em que a prematuridade não impede o pleno desenvolvimento da criança, tanto que no decorrer do tempo, esta pode se igualar à média de desenvolvimento de crianças da mesma idade e que nasceram a termo. Porém, em grande parte dos casos, o que acompanhamos, esse processo de pareamento é bastante lento e sujeito a interferências diversas. Daí a importância de uma assistência de qualidade e de um intenso trabalho de orientações às famílias, uma vez que a estimulação pós-alta UTIN é imprescindível para a superação das dificuldades e para o pleno desenvolvimento das potencialidades de cada criança que é única e que foi afetada pela prematuridade, também, de modo único.

Portanto, nos parece pouco frequente esse rápido desenvolvimento na busca por recuperar um “tempo perdido”, Maria Luiza, embora não impossível! Mais uma prova da plasticidade do nosso cérebro, do poder do investimento familiar e do engajamento das equipes de saúde no potencial dos pequenos prematuros.

AbraSUS, ótimo dia!